29 de agosto,segunda-feira – Destaques do dia – 1ª Edição (Compacta)

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CAPA

História da independência é contada em site do bicentenário

Na Agenda Bonifácio, é possível conhecer episódios marcantes da época

Este ano, o Brasil comemora os 200 anos de independência. Para tornar a história desse período ainda mais conhecida, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo colocou à disposição de brasileiros de todas as idades a Agenda Bonifácio, uma plataforma online inédita, onde as pessoas podem conhecer os episódios mais marcantes que levaram à separação do Brasil de Portugal.

“Um marco tão importante para a história do país precisa ser celebrado ao longo de um período significativo, suficiente para que muitos eventos sejam comemorados. A plataforma estará disponível para consulta até dezembro de 2022 e depois se tornará um registro da celebração do bicentenário”, disse o secretário Sérgio Sá Leitão. “Escolhemos o nome de Bonifácio para a agenda, pois ele foi uma figura importantíssima para o desenvolvimento da independência do Brasil”, acrescentou. José Bonifácio de Andrada e Silva foi um dos personagens mais importantes da época, com atuação nos campos da arte, da ciência e da política.

Ao acessar a Agenda Bonifácio, o público tomará conhecimento, por exemplo, da série de decretos que culminou na proclamação da Independência por Dom Pedro I, em 7 de setembro de 1822. O primeiro deles, na verdade, foi assinado por Maria Leopoldina, em 13 de agosto de 1822, quando ela foi nomeada chefe de Estado e Princesa Regente interina, por motivo de viagem do príncipe para resolver pendências políticas.

Ao perceber a pressão da corte depois que o marido se recusou a voltar para o país natal, a Princesa Regente convocou o Conselho de Estado do Rio de Janeiro e assinou, em 2 de setembro, mais um decreto que declarava o Brasil oficialmente separado de Portugal. Na Agenda Bonifácio a pessoa também pode navegar por uma linha do tempo, em uma viagem histórica desde o ano de 1500 até o tempo atual, passeando pelos fatos marcantes desse período da história.

Na seção Outros Heróis, o site leva você a ter contato com personagens pouco conhecidos no processo histórico como, por exemplo, mulheres pioneiras que deixaram legado de resistência e bravura. Uma delas é Maria Felipa, importante nome no movimento de independência da Bahia. Nesse espaço, é também possível acompanhar entrevistas sobre o tema com historiadores como Lilia Schwarcz, Eduardo Bueno, Mary Del Priori, Isabel Lustosa, Ynaê Lopes dos Santos, entre outros.

A plataforma é gerida pela Organização Social Amigos da Arte e, além de trazer para o brasileiro os fatos históricos da Independência, possibilita compartilhar informações e divulgar eventos relacionados ao Bicentenário da Independência. Para isso, a pessoa interessada só precisa acessar o formulário ou escrever para contato@agendabonifacio.com.br .

“Queremos que a Agenda Bonifácio celebre os brasileiros independentes que assumem sua própria identidade, que tenha como principal objetivo fomentar continuamente uma programação histórica, diversa e democrática, que dialoga diretamente com os ecos desse marco na história, que segue presente até hoje em nossa cultura”, disse Danielle Nigromonte, diretora-geral da Amigos da Arte.

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Exposição no Masp propõe uma revisão sobre a História do Brasil

Exposição MASP

Mostra fica em cartaz até o dia 30 de outubro

No contexto da celebração dos 200 anos da Independência do Brasil, o Museu de Arte de São Paulo (Masp) inaugurou na sexta-feira (26) a exposição Histórias Brasileiras, que propõe uma revisão histórica e aponta para uma abordagem mais inclusiva, mais diversa e mais plural sobre o que conhecemos oficialmente do país. A mostra coletiva ocupa dois andares da instituição e fica em cartaz até o dia 30 de outubro.

Estão em exibição 380 trabalhos de 250 artistas e coletivos, sendo 24 inéditos. As obras estão expostas no primeiro andar e no segundo subsolo do museu e foram organizadas em oito núcleos temáticos: Bandeiras e Mapas; Paisagens e trópicos; Terra e território; Retomadas; Retratos; Rebeliões e revoltas; Mitos e ritos; e Festas.

A proposta da exposição não é apresentar as obras no contexto da História da arte, mas dar a elas uma perspectiva social e política, abordando o íntimo, o privado, os costumes e o cotidiano.

Exposição Histórias brasileiras, com curadoria de Adriano Pedrosa e Lilia M. Schwarcz, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - MASP.

Exposição Histórias brasileiras, com curadoria de Adriano Pedrosa e Lilia M. Schwarcz, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP. – Rovena Rosa/Agência Brasil

Histórias Brasileiras dá continuidade ao projeto do museu em apresentar exposições dedicadas à História, como fez em Histórias da infância (2016), Histórias da sexualidade (2017), Histórias afro-atlânticas (2018), Histórias das mulheres, Histórias feministas (2019) e Histórias da dança (2020). A História apresentada pelo museu não é a que se encontra nos livros oficiais, mas a que tem sentido mais amplo e aberto. A ideia é reconstruir essa História tradicional, revisitá-la e abrir espaço para as contestações e reparações.

Depois de enfrentar protestos de artistas e de público por ter vetado a exposição de fotografias do Movimento Sem Terra (MST), o museu voltou atrás em sua decisão e as fotos estão em exibição na mostra, no núcleo Retomadas. E não só em exibição. As curadoras desse núcleo propuseram que seis dessas fotografias de João Zinclar, André Vilaron e Edgar Kanaykõ sejam reimpressas e distribuídas gratuitamente ao público. Além disso, há a proposta de que seja realizado um seminário online, que será transmitido por meio do canal do Masp no Youtube e na plataforma do MST.

Além das fotos, o núcleo Retomadas discute o presente como um momento de restituição, reparação e recriação de direitos. “O prefixo ‘re-’, que ética e politicamente demarca as retomadas, não indica um resgate ou um retorno a um ponto supostamente anterior à invasão colonial. Distante da dimensão nostálgica e fetichista da própria colonialidade, retomar é também criar, ficcionalizar, transformar”, disseram as curadoras do núcleo Clarissa Diniz e Sandra Benites.

A visita à exposição é iniciada no primeiro andar. É nesse espaço que se encontra o núcleo Bandeiras e Mapas, que apresenta elementos pátrios, como a bandeira nacional, em uma visão mais artística e crítica. Na obra Bandeira afro-brasileira (2022), por exemplo, o artista Bruno Baptistelli altera as tonalidades da flâmula nacional para convertê-la numa bandeira afro-brasileira, onde o verde e amarelo é substituído pelo preto e o vermelho.

Exposição Histórias brasileiras, com curadoria de Adriano Pedrosa e Lilia M. Schwarcz, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - MASP.

Exposição Histórias brasileiras, com curadoria de Adriano Pedrosa e Lilia M. Schwarcz, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP. – Rovena Rosa/Agência Brasil

Já o núcleo Paisagens e trópicos traz a fotografia Natureza morta 1 (2016), de Denilson Baniwa, que apresenta a silhueta de um indígena morto delineada sobre a floresta amazônica, discutindo a devastação da mata causada por gerações de invasores aos territórios indígenas.

No segundo subsolo está o núcleo Rebeliões e Revolta, que apresenta um conjunto de obras que pretende “revisar e questionar as narrativas oficiais da arte e da política, opondo-se ao mito de um país pacífico e livre de guerras. Seu objetivo é apresentar uma contra-história”, dizem os curadores André Mesquita e Lilia Moritz Schwarcz. Nesse núcleo, a palavra Lute aparece de forma reiterada. Entre elas, em uma impressão serigráfica de Santarosa Barreto.

A mostra tem entrada gratuita às terças-feiras e quintas-feiras. Além da exposição, o Masp propõe encontros com professores, palestras e diálogos. Para visitar a exposição é necessário fazer o agendamento online obrigatório na página de ingressos do museu.

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Ministro do STF mantém reintegração de posse em Curitiba

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso, participa de entrevista coletiva sobre o segundo turno das eleições municipais 2020

Luis Roberto Barroso negou pedido do MTST

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso negou ontem (27) um pedido do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto do Paraná (MTST) para barrar a reintegração de posse de uma área urbana no bairro Tatuquara, em Curitiba. A ocupação reúne cerca de 700 famílias. 

O caso chegou ao Supremo após a defesa do MTST alegar descumprimento da decisão do ministro, posteriormente referendada pela Corte, que suspendeu despejos e desocupações em razão da pandemia de covid-19 até 31 de outubro deste ano. 

Ao analisar o caso, Barroso entendeu que a ocupação não está amparada pelo STF por ter ocorrido após 31 de março de 2021, data de alcance da decisão. 

“A controvérsia envolve ocupação recentíssima, iniciada em 11.06.2022, por famílias carentes, em imóvel situado na cidade de Curitiba. Segundo informações prestadas pela Comissão de Conflitos Fundiários do TJ/PR, há estruturas de barracas reservadas para pessoas que sequer chegaram ao local. Diante disso, antes de tudo, é preciso destacar que os ocupantes, apesar de estarem em situação de vulnerabilidade social, não se beneficiam da última decisão por mim proferida na ADPF 828, e ratificada pelo plenário, que prorrogou a suspensão de desocupações coletivas e despejos até 31.10.2022. Isso se deve à data em que começaram a se instalar no local: junho deste ano”, justificou o ministro. 

Na ação, MTST alegou que o terreno da ocupação está abandonado há mais de 30 anos e que o cadastramento das famílias ocupantes da área não foi concluída, conforme determinou a Corte nos casos de desocupações. 

A construtora responsável pela área defendeu o cumprimento da reintegração de posse e reiterou o comprometimento com a realocação das famílias. 

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