9 de junho, quarta-feira – RESUMO DO DIA

Boa noite. Aqui estão as notícias para você terminar o dia bem-informado, destacados pelo jornalista Milton Atanazio, direto de Brasília.

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 N  O  T  Í  C  I  A  S 

DESTAQUES CNN

CPI da Pandemia
A CPI da Pandemia ouve hoje Antônio Élcio Franco Filho, que foi secretário-executivo do Ministério da Saúde. O objetivo é esclarecer a possível existência de um suposto “gabinete paralelo” de aconselhamento ao governo federal no enfrentamento à pandemia. O ex-secretário deve ser indagado também sobre as compras e abastecimento de insumos para os estados durante a crise sanitária. Além disso, Elcio foi responsável por negociações na compra de vacinas e, em um dos documentos obtidos pela CPI, ele relata que o atraso na resposta à Pfizer foi motivado pela presença de um “vírus” nos computadores da pasta.
Vazamento de senhas
Cerca de 8,4 bilhões de senhas foram expostas em um vazamento recente na internet, no que deve configurar o maior vazamento de senhas da história, de acordo com o portal especializado em segurança cibernética Cybernews. As chaves estão todas listadas em um arquivo de texto de 100 gigabytes que foi publicado por um usuário em um fórum online, com o nome de ‘RockYou2021’ –uma possível menção ao megavazamento de 2009 que extraiu 32 milhões de senhas da rede social RockYou.
Poderes para Wassef
O presidente Jair Bolsonaro assinou uma procuração na qual dá amplos poderes para o advogado Frederick Wassef representá-lo judicialmente. O documento, a que a CNN teve acesso, foi assinado pelo presidente no dia 6 de maio. A procuração diz que Wassef poderá, em nome do presidente, “transigir, negociar, reconvir, concordar, discordar, ratificar, firmar compromissos ou acordos, receber e dar quitação, desistir, acompanhar quaisquer processos em todos os termos ou instâncias, representar (o presidente) perante qualquer repartição, autarquia ou órgão federal, estadual ou municipal”.
Vacinas perto da validade
As cerca de 2,8 milhões de doses de vacina da Janssen que serão recebidas pelo Brasil estão perto da data de validade, e vencem já no dia 27 de junho. Por causa disso, o Ministério da Saúde prepara um mutirão para não perder os imunizantes. As informações são da analista da CNN Renata Agostini. Ainda não há uma previsão da chegada do lote, que depende da liberação do FDA (a agência reguladora de medicamentos americana) para a exportação da remessa, que sairá dos Estados Unidos.
Vacina contra gripe
A terceira fase da campanha de vacinação contra a Influenza começa hoje. O governo pretende imunizar nesta fase cerca de 22 milhões de pessoas até 9 de julho. Promovida em todo o território nacional, a vacinação teve início no mês passado e a estimativa é imunizar 79,7 milhões de pessoas. Na primeira etapa da imunização, apenas 8% do público-alvo foi atingido. Já na segunda fase, menos de 30% do público-alvo compareceu a um posto de saúde para tomar a vacina de gripe este ano.

DESTAQUES PODER 360

“Comandante terá de explicar por que não puniu Pazuello”, diz ex-ministro

Governo é incapaz, diz sobre Amazônia; “Nunca vi CPI sem politização”, declara; Publica livro “O Quinto Movimento”

O ex-ministro e ex-deputado federal Aldo Rebelo em entrevista ao Poder360; disse que falta de punição a Pazuello foi “tragédia”Poder360/Reprodução-8.jun.2021

O ex-ministro da Defesa (2015-2016), dos Esportes (2011-2014) e ex-deputado federal, Aldo Rebelo (sem partido), disse nesta 3ª feira (8.jun.2021) que o ex-ministro da Saúde e general da ativa, Eduardo Pazuello, deveria ter sido punido pelo Exército por participar de ato político com o presidente Jair Bolsonaro. Deu entrevista ao Poder360.

Foi um erro estimulado pelo presidente da República, porque ele [Bolsonaro] sempre foi um indisciplinado, foi expulso do Exército por indisciplina. Talvez, chegando ao comando das Forças, ache que possa fazer da indisciplina um instrumento político dos seus governos e interesses”, disse Rebelo.

Segundo o ex-ministro, a decisão do general Paulo Sérgio, comandante do Exército, sobre Pazuello terá de ser explicada futuramente.

“Foi uma escolha errada por razões que um dia o comandante do Exército terá de explicar. Ele [Paulo Sérgio] trabalhou comigo no ministério, e todos nós tínhamos dele a melhor impressão possível. Por essa razão, nos surpreendeu essa decisão de impunidade para o Pazuello”, declarou. Rebelo disse ainda que ausência de punição foi “uma tragédia, um engano de graves consequências”.

Rebelo lançou neste ano o livro “O Quinto Movimento: propostas para uma construção inacabada”. Durante a pandemia, escreveu sobre os desafios que terá a retomada do crescimento do Brasil depois da pandemia de covid-19.

EIS ALGUNS ASSUNTOS ABORDADOS COM O EX-MINISTRO NA ENTREVISTA:

  • Ruptura democrática: Diz que não há risco. “O presidente da República detém autoridade formal, mas não é um presidente com autoridade moral e política capaz de forçar a violação das normas constitucionais”;
  • Amazônia: Rebelo, que foi do PC do B, do PSB, do Solidariedade e hoje está sem partido, afirmou que o governo erra na comunicação e que há “fraude” na narrativa sobre haver desmatamento exacerbado. “Há incapacidade de explicar a Amazônia para o Brasil e para o mundo, porque as pessoas estão convencidas de que aquilo se encontra num caminho de desmatamento irreversível. Não é verdade, isso é uma fraude completa”;
  • Desmatamento: “O desmatamento e a queimada criminosos, atividades residuais, são a exceção. Como não tem fiscalização, não tem vigilância, o Estado não está presente, o crime é consequência desse abandono, dessa omissão. É preciso que o País tome conta da Amazônia”;
  • Copa América: “Eu participei de um momento muito difícil, que ficou conhecido como Movimento Não Vai Ter Copa […] Tenho muito receio da politização desses eventos […] Sinceramente não sei se mais 30 ou 40 jogos iriam oferecer ao Brasil mais risco no caso de futebol do que essas competições que já estão acontecendo”;
  • CPI da Covid: “A CPI vai tomar o rumo inevitável, que é apurar responsabilidades […] Vão reclamar que a CPI é politizada. Eu fiquei 30 anos na câmara dos deputados, nunca vi uma CPI que não fosse politizada. […] Quantas dessas mortes poderiam ter sido evitadas, por exemplo, se a vacinação, que ainda está lenta, tivesse começado em dezembro?”;
  • Eleições 2022: “Há 2 projetos visíveis, mas com fragilidades: o de Bolsonaro e o de Lula […] As pessoas podem escolher um outro projeto com base em outra agenda em vez dessa agenda do cosmopolitismo importado. […] É disso que o país está precisando, a retomada da centralidade da questão nacional”
  • 3ª via para 2022: Diz ser viável. “Acho que é muito precoce e cedo para [elencar nomes]. Muitas vezes os protagonistas surgem quase que no início do processo eleitoral, acho que estão em formação as condições para debate sobre agenda e não sobre nomes”;
  • Licenciamento ambiental: “Tem que simplificar, tem que substituir o método […] No Brasil, parece que a multa é o sinal de que a lei é boa. Eu acho que você dá uma racionalidade a essa legislação. Desde que ela seja respeitada, é um caminho correto”;
  • Futuro na política: “Estou em Alagoas. Vou voltar para São Paulo e lá vou pensar no que fazer até o fim deste ano

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Em 2º depoimento, Queiroga admite possibilidade de nova onda de covid

Não endossou “tratamento precoce”;Defendeu Copa América

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado, na segunda convocação para deporSérgio Lima/Poder360 – 08.jun.2021

Em seu 2º depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta 3ª feira (8.jun.2021) que há a tendência de o Brasil viver uma nova aceleração das mortes pela doença, sem, no entanto, admitir a iminência de uma 3ª onda de contágio. Ele reforçou que o chamado tratamento precoce com remédios como cloroquina e ivermectina não tem eficácia e declarou ter foco exclusivo na ampliação da campanha de vacinação.

“Para mim, ainda não está caracterizada uma terceira onda. Eu acho que estamos ainda nessa segunda onda e num platô elevado de casos. E a minha esperança para conter isso é a vacina”, declarou o ministro.

Senadores independentes e de oposição ao governo federal, que formam maioria na comissão, tentaram pressionar Queiroga com questionamentos sobre a suposta existência de um gabinete das sombras para aconselhamento paralelo ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e sobre a real autonomia que o ministro tem para comandar o enfrentamento à pandemia.

O ex-presidente da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) afirmou desconhecer a atuação de um grupo paralelo a sua pasta, como sugeriu o virologista Paolo Zanotto em um encontro de profissionais da saúde com Bolsonaro, em setembro de 2020.

O ministro admitiu conversar eventualmente com o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), apontado naquela reunião como “padrinho” do grupo, mas disse que o parlamentar nunca lhe falou do “tratamento precoce” para pacientes de covid-19 com medicamentos sem comprovação de eficácia, como cloroquina e ivermectina.

“O presidente me deu autonomia para eu conduzir o Ministério da Saúde. Isso não significa uma carta branca para fazer tudo que quer, não existe isso. O regime é presidencialista. Até o momento, não houve nenhum ponto que me fizesse sentir desprestigiado à frente do Ministério da Saúde”, declarou Queiroga.

SECRETÁRIA POR 10 DIAS

Na última 4ª feira (2.jun), a infectologista Luana Araújo havia dito que trabalhou durante 10 dias na estruturação de uma secretaria extraordinária de enfrentamento à covid-19 a convite de Queiroga, mas ouviu do próprio ministro que sua nomeação não seria concretizada.

Questionado sobre esse episódio, o cardiologista negou que a indicação da médica tivesse encontrado obstáculo na Casa Civil nem tampouco na Segov (Secretaria de Governo da Presidência).

Os senadores inferiram, então, que a não nomeação da médica foi por motivos políticos. Repetiram diversas vezes as mesmas perguntas sobre o tema. Queiroga respondeu sempre na mesma linha, de que teria sido decisão dele.

“Já disse aqui que não houve nenhum óbice formal dessas duas instâncias. Eu desisti do nome da Dra. Luana porque eu vi que o nome dela não estava suscitando o consenso que eu desejava”, relatou.

COPA AMÉRICA

Sobre a realização da Copa América no Brasil, Queiroga repetiu o discurso de que a competição não tem grandes dimensões e os integrantes das delegações serão testados para covid-19 a cada 48 horas, sem, no entanto, a obrigação de que todos sejam vacinados.

Ele também evitou avaliar os episódios em que a conduta de Bolsonaro vai na contramão das medidas não farmacológicas atualmente recomendadas pelo Ministério da Saúde, como o uso de máscara e o distanciamento social.

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Conselho de Ética da Câmara aprova parecer pela cassação do mandato de Flordelis

Deputada poderá recorrer à CCJ; Cassação será decidida por plenário

A deputada Flordelis (PSD-RJ) é acusada de arquitetar o assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, morto a tiros em junho de 2019, em NiteróiSérgio Lima/Poder360 – 8.jun.2021.

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou nesta 3ª feira (8.jun.2021) o pedido de cassação do mandato da deputada Flordelis (PSD-RJ) por quebra de decoro parlamentar. Ela é acusada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de ter participado do homicídio do pastor Anderson do Carmo, seu então marido, morto a tiros em 2019. Foram 16 votos a favor da cassação e 1 voto contrário, do deputado Márcio Labre (PSL-RJ).

A deputada terá 5 dias úteis, a partir da publicação da ata da reunião, para recorrer da decisão à Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Se o colegiado recusar o pedido ou a deputada decidir não apresentar recurso, o caso segue para o plenário da Câmara. Caberá ao presidente, Arthur Lira (PP-AL), decidir quando será votado. A punição é aplicada se houver pelo menos 257 votos a favor. A Câmara tem 513 deputados no total. O relatório pela cassação foi elaborado pelo deputado Alexandre Leite (DEM-SP). Eis a íntegra do relatório (4 MB).

Ao conselho, a deputada afirmou novamente ser inocente e acreditar que a Justiça reconhecerá que ela não teve envolvimento no crime. “Mesmo que não acreditem na minha inocência, peço que parem de me aviltar e me permitam um julgamento digno. […] Eu não matei meu marido. Eu não mandei matar meu marido. Não avalizei nenhum dos meus filhos a praticar nenhum crime”, disse.

Ela afirmou também que sua família tem sido tratada como organização criminosa e que há um “linchamento moral, político e espiritual que tem sido insuportável“. “Será que as pessoas não percebem que essa forma indigna de tratamento, é pior do que o crime ao qual pedem justiça? A Constituição defende a dignidade da pessoa humana. Eu declaro que sou humana. Não suporto mais essa dor, essa perseguição“, disse.

Os poucos deputados que participaram da reunião ressaltaram que o julgamento no Conselho de Ética é político e que a questão técnica será resolvida pela Justiça. Leite defendeu seu relatório e disse que ele foi baseado em informações contidas nos autos dos processos judiciais e em depoimentos colhidos pelo conselho. “Esse conselho não pode passar a sensação de impunidade frente à uma injustiça. Temos que dar resposta necessária“, disse.

O deputado também afirmou que, desde o início das investigações, Flordelis não consegue exercer de fato o seu mandato. “Está usando o mandato permanentemente para se defender, mas também para obstruir a Justiça e coagir testemunhas“, disse. Ele afirmou ainda que a deputada prometeu apresentar diversas provas de sua inocência, mas até agora não as entregou. “Ela faz uso da imunidade prisional e de seu mandato para continuar se imiscuindo da responsabilidade penal dos seus atos, sendo a única envolvida que não foi e nem se encontra presa“, disse.

Flordelis não pode ser presa por causa da imunidade parlamentar e tem sido monitorada por tornozeleira eletrônica.

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