Boa noite. Aqui estão as notícias para você terminar o dia bem-informado, destacados pelo jornalista Milton Atanazio, direto de Brasília.
N O T Í C I A S
DESTAQUE G1
Esta edição contém informações e fotos da CNN,Agência Senado , Estadão e G1
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Um dia após rebater ataques de Bolsonaro, Fux se reúne com Aras no STF
Reunião durou cerca de 45 minutos. Na saída do STF, Aras não respondeu a perguntas dos jornalistas
Um dia após rebater ataques do presidente Jair Bolsonaro contra o Judiciário, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, recebeu o procurador-geral da República, Augusto Aras, para uma reunião.
Nos últimos dias, Bolsonaro tem reiterado críticas ao sistema eleitoral e aos ministros do Judiciário. Nesta quarta (4), ele chegou a ameaçar agir fora da Constituição. O presidente tem dito frequentemente que as eleições em 2022 podem não ser realizadas se não houver voto impresso, tese já rechaçada pelos chefes dos demais poderes.
“O presidente da República tem reiterado ofensas e ataques de inverdades a integrantes desta Corte, em especial os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Sendo certo que, quando se atinge um dos integrantes, se atinge a Corte por inteiro. Além disso, sua excelência [Bolsonaro] mantém a divulgação de interpretações equivocadas de decisões do plenário bem como insiste em colocar sob suspeição a higidez do processo eleitoral brasileiro”, afirmou Fux na ocasião.
Fux também cancelou uma reunião que seria feita entre os chefes dos três poderes. A reunião era uma tentativa de apaziguar o ambiente, diante dos ataques de Bolsonaro.
O presidente do STF disse que “diálogo eficiente” pressupõe “compromisso permanente com as próprias palavras”, o que, na visão de Fux, “infelizmente, não temos visto no cenário atual”.
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DESTAQUE – Coluna do Estadão
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Com medo do TSE, partidos temem filiar clã Bolsonaro
A insegurança jurídica/eleitoral e as muitas frentes de disputa estimuladas por Jair Bolsonaro estão afastando partidos dispostos a negociar a filiação do presidente. Em privado, dirigentes de algumas dessas legendas relatam medo de sofrerem sanções do TSE se abrirem as portas para o clã Bolsonaro e eles continuarem com seus ataques ao tribunal e também ao Supremo.
Após a filiação do presidente ao Patriota ter ficado mais distante, o entorno de Bolsonaro força a porta no PP. Porém, até Ciro Nogueira sabe que o clã é nitroglicerina pura.
Peraí. Como não se sabe como a crise vai terminar, quase ninguém se arrisca em abraçar de corpo e alma a “causa” bolsonarista e seus ataques ao Judiciário.
Sabedoria. À Coluna, um aliado de Bolsonaro no Congresso lembrou um velho ditado gaúcho: “Com quem veste saia, mulher, padre ou juiz, não se brinca”.
Cabelo em pé. A reação de Luiz Fux, simultânea à dos empresários e da sociedade civil, deixou a parte da classe política que tem algum juízo assustada.
Risca… A linha amarela, diz um interlocutor da cúpula do PP, foi riscada no chão por Ciro Nogueira (PI) e Arthur Lira (AL): ambos estão com Bolsonaro na toada do voto auditável. Desse ponto em diante, a ideia é deixar o presidente por sua conta e risco.
…no chão. O Centrão topa uma mudança das regras via Congresso, como vem sendo articulada. Líderes do bloco acham que é do jogo constitucional e, sim, estão dispostos a tesourar poderes dos magistrados após a era da Lava Jato.
Vá na frente. Se forem derrotados, no entanto, dizem que a discussão estará encerrada. Soco em mesa, ameaças de rasgar a Constituição e intimidações diretas ou cifradas a ministros do STF não têm o apoio, ao menos por ora, da maioria dos líderes do Centrão.
CLICK. O governo federal, que praticamente não faz propaganda para divulgar a vacinação contra a covid-19 no País, botou na rua e na TV campanha para privatizar os Correios.
Come and… A trilha sonora no Palácio do Planalto mudou. Não é mais “se gritar pega Centrão…” Agora, em tom de galhofa, assessores do presidente e de ministros resolveram parodiar o clássico “We Are The Champions”, do Queen.
…sing with me. “We are the Centrão, my friends / and we’ll keep on fighting till the end / we are the Centrão / we are the Centrão / no time for losers / ‘cause we are the Centrão / of the world”.
Sinal. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública está em alerta em relação aos efeitos entre policiais da escalada bolsonarista que pregou “voto impresso”. Há o temor de que corporações sejam “contaminadas”.
Pressão. No mais recente ato da Avenida Paulista, bolsonaristas tentaram reforçar a ideia de que as forças policiais estavam do lado deles na cruzada contra a urna eletrônica.
Topam? Grupos políticos que se opõem ao presidente serão convidados a debater e propor ações práticas relacionadas a temas que “patinaram” no governo Bolsonaro até aqui.
Agenda na mesa. Os temas são as mudanças em leis orgânicas, a regulamentação do fim da prisão administrativa e o desenvolvimento do Sistema Único de Segurança Pública.
Zero. A ideia: intensificar o lobby com líderes e mostrar que o discurso de Bolsonaro para a área é vazio.
PRONTO, FALEI!
Randolfe Rodrigues, senador (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid
“Bolsonaro divulgou um inquérito sigiloso nas redes sociais. Pergunto ao senhor Anderson Torres, ministro da Justiça, a que horas será anunciada a abertura de inquérito contra o presidente?”
DESTAQUE ESTADÃO –William Waak
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Bolsonaro e as nossas agonias
Não há consenso em como lidar com a atração do presidente pelo abismo
Os personagens políticos que conquistaram o poder, não importa o método, e por mais tempo lá ficaram, também não importa como, são os que menos sofreram da doença que acomete Jair Bolsonaro. É o conhecido fenômeno da autossugestão, pela qual a concepção de mundo do doente vira uma crença mística tão enraizada a ponto de que nada o convence de que possa estar errado.
Esse diagnóstico é amplamente compartilhado hoje em Brasília nas mais variadas esferas dos poderes, incluindo a volátil instância dos caciques políticos do Centrão e passando por quase todos os ministros do STF e tribunais superiores, além de parte relevante do Alto Comando do Exército. As divergências surgem quando se trata de definir como lidar com o bravateiro.
Bolsonaro não parece levar em conta fatores reais de poder, pois acha que foi imbuído de missão divina e apenas o Todo-Poderoso decide. Talvez essa concepção de mundo ajude a entender o fato de ele não ter conseguido chegar a dois instrumentos clássicos para qualquer golpe: organização política de massa e/ou capacidade de exercer violência armada. E ter perdido (até mesmo entregado) considerável parte do poder de seu cargo para o Legislativo e o Judiciário.
Assim, para os atores políticos “racionais” nas instâncias acima mencionadas surge como completamente irracional o contínuo esforço de Bolsonaro rumo à ruptura institucional, pois o mundo real da relação das forças de poder indica que disso sairia ele como o principal perdedor. Na verdade, com sua estatura derretendo em todos os sentidos, já é o grande derrotado, mas não é assim que ele se vê.
Como lidar, então, com esse personagem que parece movido por uma inexorável atração pelo abismo? Entre altos oficiais das Forças Armadas detecta-se o sentimento de que não vão segui-lo na loucura, mas não estão agindo para impedi-lo. Depois de contínuas afrontas, o Judiciário deu passos concretos para contê-lo, mas o tempo consumido por inquéritos no TSE e no STF é muito mais longo do que o tempo da política. E o PGR não acha que cabe a ele virar a República de pernas para o ar.
Na política, que é a esfera decisiva, dividem-se os caciques do Centrão entre os que ainda acham possível tutelar Bolsonaro, sobretudo depois da mudança na Casa Civil, e os que desistiram dessa ambição que ninguém de fora da família conseguiu realizar. É uma rachadura que por enquanto não se amplia, pois, no cálculo cínico desses agentes, os poderes conquistados pelo Centrão não mudam caso “caia a ficha” e Bolsonaro modere o comportamento. E ficam do mesmo jeito caso o presidente continue desprezando os conselhos que está recebendo e prossiga piorando a briga com o Judiciário.
No fundo, o que todos estão fazendo é esperar que as coisas se resolvam por si mesmas. Não existe nos círculos de poder econômico e político uma disposição clara – nem coordenação nem liderança nem a “massa crítica” política necessárias – para precipitar qualquer ação de afastamento de Bolsonaro, por mais que aumente a percepção de que ele está causando severos danos ao regime democrático, à população e ao País.
É o que torna possível a esse personagem político seguir padecendo nessa evidente agonia interior, trazida por conspirações e fantasmas que alimentam impulsos incontroláveis – e que passou a ser a agonia de todos nós, a agonia das lives patéticas, das frases desconexas no cercadinho de bajuladores, dos raciocínios tortuosos em entrevistas, das mentiras descaradas, da omissão diante dos fatos, da ausência de compaixão, solidariedade, interesse público, projeto de futuro.
A principal agonia talvez seja a de constatar que Bolsonaro não reúne mais condições de realizar qualquer grande transformação, a não ser provocar uma tragédia. A boa notícia é que em história nada é inevitável.
*JORNALISTA E APRESENTADOR DO JORNAL DA CNN
DESTAQUE – CNN
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Crise institucional
Durante sessão na quinta-feira, o presidente do Supremo, Luiz Fux afirmou que o presidente da República Jair Bolsonaro ataca integrantes da Corte. Fux também disse que o chefe do Executivo Federal faz interpretações equivocadas de decisões do Judiciário e insiste em colocar sob suspeição o processo eleitoral brasileiro. Nas últimas semanas, Bolsonaro intensificou investidas contra os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, principalmente após a inclusão do nome dele no Inquérito das Fake News. Segundo o cientista político Murillo de Aragão, a relação entre os Poderes sofre uma crise “nunca vista desde a redemocratização”.
Reunião
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, se reunirá nesta sexta-feira (6) com o procurador-geral da República, Augusto Aras. O encontro está marcado para as 12h. Questionado pela analista Basília Rodrigues sobre a investigação contra Bolsonaro no inquérito das fake news, o procurador-geral da República afirmou que não tem alinhamento com o presidente, mas com a Constituição, e que irá se manifestar sobre a conduta de Bolsonaro “dentro do quadrado constitucional”.
PEC do Voto impresso
Os deputados federais integrantes da comissão especial formada para analisar a PEC do Voto impresso decidiram pela rejeição do texto apresentado pelo relator do projeto, Filipe Barros (PSL-PR). Foram 23 votos contrários às mudanças propostas por Barros, que incluía a impressão do voto como procedimento obrigatório nas eleições, contra 11 favoráveis. Apesar da rejeição, a matéria pode ser analisada ainda em plenário já que, de acordo com regimento da Casa, a comissão é consultiva e não terminativa.
Privatização dos Correios
A Câmara aprovou, por 286 votos a 173, o projeto de lei que permite a privatização dos Correios. A matéria prevê que a iniciativa privada assuma atividades hoje exclusivas da estatal. O texto segue agora para análise do Senado. O governo federal acredita que se os senadores aprovarem a matéria nos próximos meses, será possível realizar o leilão dos Correios já no primeiro semestre de 2022, com a venda de 100% da estatal. A partir disso, a empresa será conhecida como Correios do Brasil.
Regra antidopagem
A seleção brasileira feminina de vôlei sofreu uma baixa importante antes dos jogos decisivos das Olimpíadas de 2020. A oposta Tandara “violou a regra antidopagem” em teste realizado em Saquarema (RJ), onde a equipe se preparou para a competição, e está suspensa provisoriamente. Ela retorna ao Brasil nesta sexta-feira. Segundo o comunicado divulgado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), a violação ocorreu em 7 de julho em teste realizado fora do período de competições.
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