Boa noite. Aqui estão as notícias para você terminar o dia bem-informado, destacados pelo jornalista Milton Atanazio, direto de Brasília.
N O T Í C I A S
DESTAQUE G1
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Desmentidos a ameaças à eleição foram insuficientes
Por Editorial de O GLOBO – 22/07/2021
É absolutamente inaceitável, numa democracia, que o ministro da Defesa tente influir de qualquer forma no processo eleitoral. É preocupante, portanto, a reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo afirmando que, no dia 8 de julho, o general Walter Braga Netto enviou ao presidente da Câmara, Arthur Lira, o seguinte recado “por meio de um importante interlocutor político”: não haveria eleições em 2022 sem o “voto impresso e auditável” — a conhecida quimera bolsonarista usada para questionar, sem nenhuma base em fatos, a lisura das eleições brasileiras, de modo a poder justificar acusações infundadas de fraude em caso de derrota nas urnas.
Braga Netto e Lira foram rápidos em emitir seus desmentidos. Em que pesem as manifestações de ambos, há fatos a estranhar. O primeiro é o presidente da Câmara ter negado o teor da reportagem pelo telefone a jornalistas e, em vez de deixar gravar, ter preferido divulgar uma nota nada enfática numa rede social, em que se limita a dizer o óbvio. “O brasileiro quer vacina, quer trabalho e vai julgar seus representantes em outubro do ano que vem através do voto popular, secreto e soberano”, escreveu. Deixou de lado a questão essencial: recebeu o recado absurdo ou não? Teria sido melhor uma nota oficial com uma defesa veemente da autonomia do Parlamento, deixando claro que ele é imune a pressões, venham de onde vierem.
Mais insólita foi a postura do ministro da Defesa. Ele afirmou que “não se comunica com os presidentes dos Poderes por meio de interlocutores” e disse que a reportagem era desinformação. Mas Braga Netto ultrapassou o limite do bom senso ao comentar temas que deveriam ser estranhos a quem comanda as Forças Armadas. Disse que todo cidadão deseja “maior transparência e legitimidade no processo de escolha de seus representantes”, como se não fosse transparente o processo em vigor, que permitiu a alternância de poder por duas vezes em nível presidencial e incontáveis vezes noutras instâncias. E voltou a falar em voto impresso, como tem se tornado frequente nas manifestações do presidente Jair Bolsonaro.
Mesmo que tenha acrescentado que a decisão final cabe ao Congresso — novamente o óbvio —, a nota em si, ao se estender em comentários sobre o processo eleitoral brasileiro, pode ser interpretada como forma de pressão. Onze partidos já se manifestaram contra o voto impresso, o suficiente para derrotar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF) que tramita na Câmara na tentativa de instaurá-lo. A questão já teria sido encerrada não fosse a manobra, interpretada como antirregimental, do presidente da Comissão Especial que analisa o tema, o bolsonarista Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), para adiar a votação.
Apesar dos desmentidos, o Estado de S. Paulo, um jornal de respeito, informou que mantém os termos da reportagem, o que torna tudo ainda mais nublado. A Câmara e a Comissão Especial prestarão enorme serviço ao país se, no início de agosto, puserem um fim a essa discussão estapafúrdia derrotando a PEC descabida. Mostrarão, assim, que a democracia brasileira mantém seu vigor e que não é retórica vazia a frase, sempre repetida, de que no Brasil as instituições são fortes e funcionam.
DESTAQUES CNN
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Quinta-feira, 22 de julho de 2021
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que fará uma “mudança ministerial” na próxima segunda. Segundo relatos feitos à CNN, a mudança deve ocorrer na Casa Civil e no Ministério do Trabalho. O ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, e o senador que vai ficar no lugar dele, Ciro Nogueira (PP-PI), confirmaram a mudança e disseram que já debateram o processo de transição na pasta, que deverá começar na próxima semana.
Mudança ministerial
O presidente Jair Bolsonaro prometeu uma mudança ministerial já na próxima semana. A reforma visa consolidar a sua coalizão da campanha pela reeleição no momento em que ele enfrenta a pior fase do governo, com queda na popularidade, aumento da rejeição e um desgaste diário com a CPI da Pandemia. Bolsonaro trabalha com uma campanha que tenha por eixo central o PP, empoderado agora com a iminente nomeação do presidente da legenda, senador Ciro Nogueira, para a Casa Civil.
Ocupação dos leitos
As taxas de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) por pacientes com Covid-19 permitem dimensionar a carga da pandemia para os sistemas de saúde público e privado. Segundo levantamento feito pela CNN, apenas o estado de Goiás permaneceu com taxa de ocupação acima de 80% na quarta-feira (21). O índice registrado foi de 84,65%. Entre as capitais, apenas três cidades operam com ocupação acima de 80%: Rio de Janeiro, com 91%, Porto Alegre com 80,67%, e Teresina, que está com a capacidade máxima.
Sputnik V
Em reunião com governadores do Consórcio Nordeste, o Fundo Russo Krill Dmitriev pediu um prazo de 48 horas para decidir se vai mesmo enviar as vacinas Sputnik V ao Brasil. Na terça-feira (20), o Consórcio Nordeste já tinha anunciado a previsão de chegada de 1 milhão e 145 mil doses para a próxima semana, dia 28, no aeroporto de Recife-PE. Porém, na reunião desta quarta, os russos informaram aos governadores que precisam pensar mais sobre o assunto. A justificativa, segundo o Consórcio Nordeste, é de que o Ministério da Saúde tem demonstrado que não vai incluir a Sputnik V no Programa Nacional de Imunização (PNI).
Covid nos esportes
A atleta Oonagh Cousins treinava até 35 horas por semana depois de ser escolhida para a equipe de remo do Reino Unido para as Olimpíadas de Tóquio, mesmo depois de ter contraído Covid-19 em fevereiro de 2020. A jovem de 26 anos, que é um exemplo do drama vivido por muitos de seus colegas de profissão, teve um caso leve, mas acredita que o exercício intenso pode ter exacerbado a doença, forçando-a a sair da equipe olímpica. Seu caminho para a recuperação ainda está em curso, mas seus sonhos olímpicos para Tóquio acabaram. Cousins espera voltar à forma pronta para competir na Olimpíada de Paris em 2024. No entanto, para outros atletas, Tóquio era a última chance de uma medalha olímpica.
Coworking
Enquanto donos de lajes corporativas sofrem com grandes empresas devolvendo escritórios, as empresas de coworking investem para voltar com tudo. Para muitas empresas já não faz sentido manter escritórios enormes enquanto a tendência de trabalho remoto foi acelerada pela pandemia de Covid-19. Uma pesquisa global da Accenture com 9,6 mil entrevistados mostrou que o trabalho híbrido será ou já é realidade para a maioria dos trabalhadores. Com modelos de trabalho mais flexíveis, então, os empregadores podem diminuir suas sedes e abrigar os híbridos em coworkings. Pelo menos é isso que querem as empresas do setor.
ESTADÃO – DESTAQUE de hoje – Coluna do Estadão
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Do epicentro dos escândalos ao coração do governo Bolsonaro
Coluna do Estadão
Ao colocar o presidente do Progressistas (PP), Ciro Nogueira (PI), na Casa Civil, Jair Bolsonaro incrusta no coração de seu governo o partido que esteve no epicentro do “mensalão” (via José Janene) e do “petrolão” (via Paulo Roberto Costa). O gesto, incompatível com quem ainda tenta manter discurso anticorrupção, foi lido, para além da proteção natural contra o impeachment, como carta de intenção do presidente da República em relação à sigla, afinal, ele ainda permanece sem partido. Mas, ora vejam só, dirigentes do PP não veem a filiação como “automática”.
Calma aí. Há certa resistência a Bolsonaro em algumas alas do PP, apesar de Nogueira, por óbvio, ser favorável à hipótese.
Os pais. Os articuladores dessa troca, que surpreendeu até o amigo do presidente Luiz Eduardo Ramos, como mostrou Eliane Cantanhêde, foram Fábio Faria e Onyx Lorenzoni.
Será mesmo? Quem topa a filiação de Bolsonaro argumenta que ele pode garantir uma bancada expressiva ao PP na Câmara em 2022.
Teste. Da parte de Bolsonaro, aliados dizem que ainda é preciso ver como o PP “performará” no governo.
Já Elvis? Membros do PL e do Republicanos, outras duas legendas aliadas citadas como possibilidades para Bolsonaro, dão como certa a ida dele para o PP.
Deixa rolar. Mas Flávio Bolsonaro (RJ) tem dito que vai esperar o fim definitivo da novela no Patriota para deixar esse partido. A interlocutores, tem dito: me desfiliar agora pra quê?
Dieta… Logo após sua internação hospitalar, Bolsonaro circulou no quarto andar do Planalto na segunda-feira, 19, pela manhã.
…forçada. Um funcionário comentou que o presidente estava bem disposto e parecia mais magro. Sorridente, mas com seu “senso de humor” um tanto peculiar, Bolsonaro disse: “O que você queria? Foram cinco dias sem comer!”.
SINAIS PARTICULARES.
Jair Bolsonaro, presidente da República
Kleber Sales
Razões… Em voto no TCU, o ministro Jorge Oliveira, um ex-palaciano muito amigo da família de Jair Bolsonaro, decidiu penalizar um município que adotou o “kit covid” no combate à pandemia da covid-19.
…erradas… O motivo da decisão de Oliveira, contudo, não foi a flagrante falta de comprovação científica da panaceia, mas um suposto superfaturamento de quase R$ 400 mil na compra dos remédios pela prefeitura de Caxias (MA).
…e certas. O município consultou apenas quatro empresas para a compra, ignorando o Planejamento e a CGU, que têm estimativas de preços. Por unanimidade, foi aberta tomada de contas especial, processo para apurar responsáveis e definir ressarcimento.
CLICK. Válter Suman (ao centro), prefeito do Guarujá (SP), trocou o PSB pelo PSDB do secretário estadual Marco Vinholi e do vice-governador Rodrigo Garcia (à dir.)
Coluna do Estadão
Diálogo. O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o relator da reforma do IR na Câmara dos Deputados, Celso Sabino (PSDB-PA), debaterão hoje, 22, os impactos econômicos do projeto que pretende mudar a cobrança de impostos.
Diálogo 2. O debate, denominado Impactos Econômicos da Reforma Tributária, promovida pela Esfera, Febraban e pela Confederação Nacional da Indústria, será transmitido pelo canal de Youtube da CNI e contará com nomes de peso do PIB.
PRONTO, FALEI!
Foto: Reprodução Facebook/José Luiz Penna
José Luiz Penna, presidente do PV: “A queda de 93% nas punições por crimes ambientais escancara o caráter ‘ecocida’ do governo Bolsonaro. É urgente investigar o desmonte do Ibama.”
DESTAQUE DE HOJE -ESTADÃO
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Em resposta à ameaça de Braga Netto, presidentes de partidos querem enterrar ideia do voto impresso
Ideia é que a proposta seja votada logo na volta do recesso legislativo, na primeira semana de agosto
BRASÍLIA – Os presidentes do PSDB, DEM, MDB, Solidariedade e PSD articulam a derrubada da proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, defendida pelo governo. O movimento já existia há algumas semanas, mas agora ganhou impulso, após a ameaça do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, de não haver eleições em 2022 caso o Congresso não aprove o voto impresso, conforme revelou o Estadão. Há outros partidos que são contra a PEC, mas esses são os que encabeçam a linha de frente do movimento para adiantar a votação e rejeitar o texto.
A mobilização dos partidos foi informada pela CNN e confirmada pelo Estadão. Na prática, os partidos se mobilizam para evitar qualquer possibilidade de adiamento da comissão formada para analisar o tema. A ideia é que a proposta seja votada logo na volta do recesso legislativo, na primeira semana de agosto.
“O nosso trabalho é para rejeitar esse absurdo”, disse o presidente do DEM, ACM Neto, ao Estadão. “Essa coisa do Braga Netto acaba reforçando a articulação contra (a PEC)”, declarou o ex-prefeito de Salvador. “A gente vai fazer tudo para votar esse negócio do voto impresso e derrubar logo na comissão”, completou o presidente do DEM.
Como mostrou o Estadão, a Comissão Especial da Câmara sobre o tema chegou a ter maioria de votos favoráveis para aprovar voto impresso, mas presidentes de partidos e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) agiram para trocar os integrantes da comissão e deixar o texto sem apoio suficiente. No fim de junho, presidentes de 11 partidos fecharam um posicionamento contra o voto impresso. Os caciques das legendas, incluindo os da base do presidente Jair Bolsonaro no Congresso, decidiram derrubar a proposta discutida na Câmara e patrocinada pelo chefe do Planalto.
Na semana passada, no último dia antes do recesso legislativo, deputados contra a PEC tentaram convocar o colegiado para rejeitar o texto, mas o presidente da comissão, o deputado bolsonarista Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), adiou a votação com uma manobra regimental. “O presidente (da comissão) fez uma manobra e não deixou votar. Se tivesse concluído a votação, a gente tinha derrubado”, disse ACM Neto.
‘Ameaça do Braga Netto aumentou a indisposição com a PEC’, diz deputado
O deputado Fábio Trad (PSD-MS), integrante titular da comissão especial, afirmou que a “orientação do partido é para rejeitar”. De acordo com ele, as ações do ministro reforçam as articulações contra a ideia. “Esta ameaça do Braga Netto aumentou a indisposição com a PEC”, declarou.
A proposta de emenda à Constituição do voto impresso é uma das principais bandeiras políticas do presidente Jair Bolsonaro, que já deu declarações consideradas golpistas ao dizer que “ou fazemos eleições limpas ou não temos eleições”.
Bolsonaro afirma, seguidamente, que sem esse mecanismo as eleições serão fraudadas. Ele também repete, sem nunca ter apresentado qualquer prova, que teria vencido a eleição de 2018 já no primeiro turno e que o deputado Aécio Neves (PSDB) venceu a disputa de 2014, algo que o próprio tucano disse não acreditar.
Voto impresso auditável
O voto impresso já foi implantado em caráter experimental nas eleições presidenciais de 2002 — e acabou reprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Naquele ano, para testar o sistema, a medida foi adotada em 150 municípios, atingindo 6,18% do eleitorado.
“Sua introdução no processo de votação nada agregou em termos de segurança ou transparência. Por outro lado, criou problemas”, apontou um relatório do TSE.
O tribunal concluiu que, nas seções com voto impresso, foram maiores o tamanho das filas e o percentual das urnas que apresentaram defeitos, além das falhas verificadas apenas nas impressoras. “Houve incidência de casos de enredamento de papel, possivelmente devido a umidade e dificuldades de manutenção do módulo impressor”, apontou o relatório do TSE.
No Distrito Federal, que adotou o voto impresso em todas as seções eleitorais em 2002, o índice de quebra de urna eletrônica no primeiro turno foi de 5,30%, enquanto a média nacional foi bem inferior: 1,41%.
Com informações do Estadão
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