Em meio a Comemoração dos Direitos Humanos, embaixada do Paquistão denuncia a situação terrível da Caxemira

O embaixador Najm us Saqib falou para a imprensa sobre a situação da Caxemira

Por ocasião do Dia Internacional dos Direitos Humanos, o embaixador do Paquistão no Brasil, Najm us Saqib, denunciou a situação existente na parte de Caxemira sob controle da Índia desde 1948.

Participaram da coletiva os jornalistas Ivan Godoy, Claudia Godoy, Michelle Martins e Milton Atanazio, que cobrem a área internacional e os diplomatas Srs. Azeem Ullah Cheema (primeiro-secretário da Embaixada) e o Adido de Defesa Brigadeiro General Muhammad Yousaf

Falando para a imprensa em Brasília, o diplomata destacou que diversas resoluções do Conselho de Segurança da ONU já determinaram a realização de plebiscito para que o povo da região decida o seu futuro, ou seja, se quer pertencer à Índia ou ao Paquistão. Mas o governo indiano até hoje não permite que a consulta seja realizada.

A população de Caxemira, composta em mais de 80% por muçulmanos, sofre – destacou o embaixador – todo tipo de violações de seus direitos humanos, incluindo um severo toque de  recolher e um bloqueio total de suas comunicações.

“As pessoas já se incomodam quando ficam sem internet por meia hora, imagine estar nessa situação há 18 semanas, sem internet nem telefone”, ressaltou.

O embaixador Najm us Saqib lembrou que quando acabou o domínio colonial britânico no chamado Império da Índia, houve uma divisão territorial. Assim, as áreas de maioria hindu fariam parte da Índia independente e as de maioria muçulmana, do Paquistão independente.

No caso de Caxemira, a maior parte do território ficou em poder dos indianos, apesar da imensa maioria de seus habitantes praticarem a religião islâmica.

“A causa de todo o problema é a espera da população há mais de 70 anos pelo plebiscito”, insistiu.

Segundo o embaixador, é insurdecedor o silêncio dos poucos defensores dos direitos humanos sobre as violações graves dos direitos humanos cometidas pela Índia contra a Caxemira e território ocupado.

Desde a data em que Narendra Mode assumiu o cargo de primeiro-ministro da Índia, a violência na Caxemira está em ascensão. Foram relatadas 255 mortes, e o número de feridos a mais de 19800 desde 8 de julho de 2016. Mais de 1500 jovens perderam a visão total ou parcial. O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (01-CIDH) emitiu dois relatórios sucessivos em junho de 2018 e julho de 2019 sobre o assunto”, relata.

Os detentores de mandatos de procedimentos especiais da ONU também expressaram séria preocupação com a violação dos direitos humanos na Cashemira e em seus comunicados à Índia via imprensa conjunta. A Índia respondeu afirmando que não iria interagir com os detentores de mandatos de procedimentos especiais sobre o assunto.

Uma Comissão de Inquérito internacional da ONU deve ser estabelecida, conforme exigido pelo Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos, para examinar as graves violações dos direitos humanos na região.

Najm us Saqib, defende que a mídia internacional e observadores independentes também devem ter permissão para entrar para verificar independentemente relatos de abuso, violações e uso excessivo da força e que a comunidade internacional deva seguir uma abordagem objetiva em relação às situações de direitos humanos em todo o mundo e superar os interesses e considerações econômicas e geoestratégicas, e que a comunidade internacional também deva facilitar os esforços para garantia da paz e segurança de forma a abrir caminho para uma solução pacífica negociada da disputa territorial de acordo com as resoluções e desejos do povo da Caxemira e do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, finaliza.

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