Bolsonaro visita posto de gasolina em Goiás, causa aglomeração e cumprimenta apoiadores

Presidente e a maioria dos apoiadores estavam de máscara, mas retiravam o equipamento para falar ou posar para fotos. Novamente, Bolsonaro defendeu reabertura do comércio.

Bolsonaro visitou posto de gasolina às margens da BR-040, em Goiás. O presidente causou aglomerações e, em diversos momentos, puxou a máscara para o queixo, contrariando determinações de autoridades de saúde — Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro visitou neste sábado (2) um posto de gasolina às margens da BR-040, perto da cidade goiana de Cristalina. Bolsonaro cumprimentou apoiadores e posou para fotos. Aglomerações se formaram ao redor do presidente, contrariando as orientações das autoridades sanitárias para evitar o alastramento do coronavírus.

Bolsonaro deixou Brasília de helicóptero. Tem sido comum, nos fins de semana recentes, o presidente sair de casa e visitar algum local para cumprimentar apoiadores ou comerciantes. Nessas ocasiões, aglomerações se formam em torno dele.

O presidente é contra as medidas de isolamento social implementadas pelos governos estaduais para diminuir a velocidade do contágio por coronavírus. Ele vem dando declarações públicas de apoio à reabertura do comércio e demais atividades econômicas.

Neste sábado, ele voltou a defender a flexibilização do isolamento social e disse que as pessoas devem ir de máscara para a rua.

” Vamos tomar cuidado e usar máscara”, afirmou o presidente.

Apesar de recomendar o uso da máscara, Bolsonaro usou o equipamento de forma errada neste sábado. Ele e grande parte dos apoiadores estavam de máscara, mas tiravam o equipamento para posar para fotos ou para falar. Pelas determinações de autoridades de saúde, é errado puxar as máscaras para baixo ou retirá-las, especialmente em meio a aglomerações.

Houve um momento em que o presidente levou a mão ao nariz e depois, com a mesma mão, cumprimentou apoiadores. Levar a mão ao nariz é uma das principais formas de se contagiar e de espalhar o vírus.

Bolsonaro levou uma das mãos ao nariz antes de usá-la para cumprimentar apoiadores, o que, segundo entidades de saúde, é uma das principais formas de espalhar o vírus — Foto: Reprodução

Histórico

Na época em que os primeiros casos de infecção por coronavírus eram registrados no país, no início de março, Bolsonaro chegou a dizer que havia uma “histeria” em torno da pandemia e que o vírus causava apenas uma “gripezinha”. Nesta semana, ao ser questionado sobre o fato de o Brasil ter superado o patamar de 5 mil mortes (atualmente já passam de 6 mil), Bolsonaro respondeu: ““E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias [em referência ao sobrenome], mas não faço milagre” (veja frases de Bolsonaro na pandemia).

Apesar de ter defendido o uso de máscaras neste sábado, Bolsonaro não costuma aparecer com elas em eventos públicos. Pelas manhãs, por exemplo, quando deixa a residência oficial e cumprimenta apoiadores que o esperam na portaria, ele quase sempre está sem máscara. O mesmo ocorre em cerimônias oficias, como a posse do novo ministro da Justiça, André Mendonça, nesta semana, no Palácio do Planalto.

Foto:O presidente Jair Bolsonaro ao lado de autoridades na cerimônia de posse do Ministro da Justiça, André Mendonça — Foto: Alan Santos/PR

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