Boa noite. Aqui estão as notícias para você terminar o dia bem-informado, destacados pelo jornalista Milton Atanazio, direto de Brasília.
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N O T Í C I A S
DESTAQUE G1
Compra da Covaxin: quais são as denúncias e como o governo se defende
Servidor do Ministério da Saúde afirma que se recusou a assinar documento que previa pagamento adiantado e quantidade de doses menor do que a contratada. Para ministro, servidor apresentou versão inválida do documento
A compra pelo governo federal de doses da vacina indiana Covaxin se tornou o principal tema da CPI da Covid nesta semana. O servidor do Ministério da Saúde e ex-chefe do setor de importação da pasta Luis Ricardo Miranda disse que identificou suspeitas de irregularidades na compra e que, junto com o irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), avisou dos problemas para o presidente Jair Bolsonaro, no dia 20 de março.
Em entrevista ao jornal “O Globo” nesta quarta-feira (23), Luis Ricardo Miranda relatou os pontos suspeitos em torno da negociação com a Covaxin. Ele vai ser ouvido pela CPI nesta sexta (25).
As declarações de Luis Ricardo Miranda levaram o governo a dar explicações na noite da quarta, em uma entrevista coletiva do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, e de Élcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde.
Compare as denúncias e as explicações:
Pagamento antecipado e quantidade de doses
Luis Ricardo Miranda
Ao “Globo”, Luis Ricardo Miranda disse que se recusou a assinar um recibo que, segundo ele, caso tivesse sido assinado, garantiria pagamento adiantado de US$ 45 milhões, mesmo antes da entrega das doses.
Nenhuma dose da Covaxin ainda foi entregue ao Brasil. O imunizante não tem autorização de uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
No documento apresentado pelo servidor ao jornal a quantidade listada é de 300 mil doses, abaixo dos 4 milhões previstos para a primeira remessa.
Onyx e Élcio
Na versão de Onyx e Élcio, Luis Ricardo Miranda apresentou um documento que não corresponde ao contrato que, de fato, foi assinado.
Élcio explicou que o documento original sobre a venda do imunizante precisou de uma retificação, em que foi corrigida a quantidade de doses e retirada o trecho do pagamento adiantado. Segundo ele, Luis Ricardo Miranda recebeu cópia do documento retificado.
“Então nós temos ali na base [do documento apresentado pelo servidor] 300 mil doses. Esse documento, se os senhores observarem o campo “objeto/produto”, os senhores observam um pequenininho apenas escrito “Covaxin”. Nós vamos verificar no documento oficial escrito pelo ministério que difere deste. Também recebemos um documento do representante confirmando que eram 3 milhões de doses, conforme apresentado no slide quantidade das doses previstas e o senhor Luiz Miranda teve conhecimento deste documento”, afirmou Élcio.
“Este é o documento original que necessitou de uma retificação, porque diferente do contrato com o governo brasileiro, ele previa o pagamento antecipado. O nosso contrato não previa pagamento antecipado”, completou o ex-secretário-executivo da Saúde.
Empresa intermediária
Luis Ricardo Miranda
O recibo apresentado por Luis Ricardo Miranda está em nome de uma empresa chamada Madison. A empresa fabricante da Covaxin é a Bharat Biotech. Ao jornal, o servidor disse que esse ponto também levantou suspeita, porque o recibo deveria estar no nome da empresa fornecedora, e não de uma terceira.
Onyx e Élcio
O ministro justificou que a Madison é uma subsidiária da Bharat, situada em Cingapura e que, portanto, não há terceira empresa envolvida.
“A Madison Biotech nada mais é que subsidiária que Bharat Biotech, localizada em Singapura, responsável por todos os contratos da Bharat Biotech no comércio internacional. portanto, não existe uma terceira empresa”, afirmou.
Pressão ‘anormal’
Luis Ricardo Miranda
Ao jornal e ao Ministério Público Federal o servidor relatou que sofreu uma pressão “anormal” para agilizar a importação da Covaxin.
Na coletiva, Élcio afirmou que o objetivo do governo, com relação às vacinas de todas as farmacêuticas que foram contratadas, é garantir o maior número de doses no menor tempo.
“O objetivo do governo federal, conforme amplamente divulgado em coletiva de imprensa e entrevistas, era obtenção, por intermédio do Ministério da Saúde, do maior número de doses de vacinas no menor prazo possível. Seguindo princípios da administração pública, e desde que tivessem segurança e eficácia garantidas pela Anvisa”, afirmou o ex-secretário-executivo.
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DESTAQUES CNN
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DESTAQUES PODER 360
Deputado diz que Bolsonaro “foi enganado” sobre contrato da Covaxin
Luís Miranda também tenta eximir o ex-ministro Pazuello em relação a possíveis irregularidades
O deputado Luís Miranda (DEM-DF) afirmou à CNN Brasil que tem “esperança” que o presidente Jair Bolsonaro “tenha sido enganado” e que tenha levado adiante suas acusações sobre supostas irregularidades no contrato da aquisição da Covaxin. O congressista atribuiu o fato das suas suspeitas não terem sido investigadas à atuação de “pessoas que estão trabalhando por interesses próprios e minando aqueles que são da base do presidente”.
Documentos indicam que o Ministério da Saúde pagará 1.000% mais caro pela vacina que o governo federal indiano. O Ministério Público também determinou investigação do contrato assinado com a Precisa Medicamentos, por indício de crime de improbidade administrativa. O congressista disse que alertou o presidente Jair Bolsonaro sobre irregularidades no contrato para a aquisição das doses.
Miranda se recusou a dar nomes de quem poderia ter obstruído a suposta atuação do presidente da República para esclarecer o caso. O deputado e o irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Fernandes Miranda, teriam apresentado a Bolsonaro, em março deste ano, documentos que comprovariam as irregularidades na aquisição da Covaxin.
De acordo com o próprio deputado, apenas Bolsonaro, o ex-ministro Eduardo Pazuello e um adjunto do presidente sabiam das suas suspeitas em relação ao contrato com a Precisa Medicamentos. Ele mostrou uma série de prints de conversas com o adjunto, onde cobrou um posicionamento do presidente da República, mas não obteve retorno.
Miranda teria procurado Bolsonaro em janeiro, antes do contrato ser assinado, para o alertar de irregularidades dentro do Ministério da Saúde. O acordo foi assinado em fevereiro.
No mês seguinte, Miranda e o irmão conseguiram agendar um encontro com o presidente Bolsonaro. Os 2 teriam mostrado um pedido de pagamento adiantado à Madison Biotech PTE no valor de US$ 45 milhões por 300 mil doses da vacina. A empresa não está citada no contrato com a Precisa Medicamentos, de acordo com o deputado.
Além disso, a entrega estava estipulada em remessas de 4 milhões de doses, e o pagamento só seria feito depois da entrega do imunizante.
Apesar de terem recorrido à Bolsonaro em março, o assunto só se tornou público nesta semana, quando uma parte do depoimento de Ricardo Miranda ao Ministério Público foi vazado. Ele relatou pressões dentro da pasta para garantir a importação da Covaxin.
O deputado Luís Miranda não quis dar nomes de quem poderia ter obstruído a suposta atuação do presidente Bolsonaro para esclarecer o caso. Mas afirmou que entregou a Onyx Lorenzoni, atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, um dossiê sobre irregularidades cometidas no Ministério da Saúde em governos anteriores. Ele teria entregado o relatório duas vezes, em 2019.
“Como não recebi nenhum resposta do que eu comuniquei a ele [Lorenzoni], dessa vez eu fui direto ao presidente”, disse Miranda.
O deputado se encontrou pelo menos uma vez com o presidente Jair Bolsonaro depois do encontro em março. Ele compartilhou uma foto ao lado do presidente em 12 de maio. O Poder360 questionou a assessoria do deputado se ele cobrou Bolsonaro na ocasião sobre as irregularidades detectadas no contrato com a Precisa Medicamentos . Não houve resposta até a publicação desta reportagem.
RESPONSABILIDADE DE PAZUELLO
Miranda também tentou blindar o general Eduaro Pazuello, que era o ministro da Saúde durante as negociações com a Precisa Medicamentos e quando o contrato foi assinado.
O congressista foi questionado se transmitiu suas suspeitas ao então ministro. O deputado disse que sim e que, pouco depois, o general deixou a pasta. Perguntando se a saída de Pazuello teria relação com o contrato da Covaxin, Miranda disse que não poderia fazer essa associação, “mas que a coincidência existe”.
Antes de deixar o cargo, Pazzuelo disse que “todos queriam o pixulé do final do ano”. Um dos repórteres perguntou à Miranda se o ex-ministro se referia ao acordo com a Precisa Medicamentos. O congressista respondeu: “Posso afirmar categoricamente que o que ele quis dizer é que ele não soltou a grana para aqueles que queriam desviar dinheiro público”.
Miranda também foi questionado porquê Pazuello não comentou das irregularidades à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid. O deputado deu a entender que o ex-ministro estava preocupado com sua segurança pessoal: “Talvez o Pazuello tenha amor a sua vida e respeito à República, porque um caso desse talvez dê uma balançada em toda a estrutura”, declarou o congressista.
Miranda também disse temer pela sua segurança e de sua família. Pouco depois, o deputado foi informado que a CPI da Covid requisitou segurança para ele e sua família e se emocionou.
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COLUNA DO ESTADÃO -DESTAQUE
Miranda teria dito que derrubará a República
O tom ameaçador de Onyx Lorenzoni contra Luis Miranda e Luis Ricardo Fernandes é uma resposta em público, segundo a Coluna apurou, ao que ambos estão dizendo em privado, nos bastidores do poder: possuem alto poder de fogo; suficiente, segundo um deles, para explodir o governo. O deputado Miranda (DEM-DF) esteve com Renan Calheiros (MDB-AL) na terça-feira, 22. Enquanto ambos conversavam, entrou na sala Marcos Rogério (DEM). “Você apoia o governo, mas eu vou derrubar a República”, teria dito Miranda ao colega de partido.
Prepare… O deputado Miranda se queixava ao senador de que Fernandes, seu irmão, estava sendo injustiçado. Dizia ainda ter provas para apresentar na sexta-feira, 25, quando deve depor na CPI da Covid, da qual Renan é o relator.
…o seu coração. O tom belicoso de Onyx Lorenzoni em pronunciamento desagradou ao relator. “É uma interferência do Poder Executivo no Legislativo. Vamos pedir convocação do Onyx imediatamente pela interferência e coação da testemunha. Se ele continuar, vamos pedir a prisão dele”, afirmou à Coluna.
Danger. No Planalto, o caso é tratado como prioridade zero. A leitura é de que tem alto poder de abalar o discurso contra a corrupção e os desvios. Por isso, a demissão de Ricardo Salles em dia tão fatídico.
Vixe! As declarações de Luis Miranda, públicas e privadas, reforçaram o sentimento de paranoia e de traição no Planalto: ministros estavam cuspindo fogo contra o ex-aliado.
Soldado. Onyx foi escalado pelo Planalto para contestar Miranda por motivos especiais: tem sido um dos mais leais ministros na defesa de Jair Bolsonaro; ele e Miranda são do mesmo partido, o DEM, o que deixa o recado mais “claro”.
Mapa. Para José Luiz Penna, presidente do PV, a eleição no Peru mostrou que o Brasil precisa achar um nome único na “terceira via”. No vizinho, o centro se dividiu e acabou fora do segundo turno por pouco.
SINAIS PARTICULARES.
José Luiz Penna, presidente do PV
Kleber Sales
Mudou… Para uma parcela do empresariado, a saída de Ricardo Salles foi positiva. A troca, apesar do timing, será boa se seguir a tônica do ocorrido no Ministério da Saúde e de Relações Exteriores.
…pero no mucho. O novo ministro, Joaquim Álvaro Pereira Leite, não é visto como ruptura, mas deve ganhar voto de confiança de líderes empresariais ao menos no início de sua gestão. Ambientalistas, porém, dizem que o potencial de “estrago” do novo ministro é grande.
CLICK. Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) faz amanhã 52 anos. Tomou a primeira dose da Pfizer em Maceió. “Vamos vencer pior desafio da nossa história”, disse.
Acelera. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-RJ), segundo deputados, está colocando seu peso político para tentar acelerar na Câmara a votação do projeto de regulamentação do transporte rodoviário interestadual no País.
Acelera 2. O conteúdo do projeto, já aprovado no Senado, limita a concorrência, desfavorecendo o compartilhamento de frotas de ônibus, como no modelo da Uber para os carros.
Sem debate? Ligado às tradicionais empresas do setor, Pacheco (e parlamentares) quer a aprovação antes que a opinião pública desperte para o tema.
PRONTO, FALEI!
Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Rodrigo Agostinho, deputado (PSB-SP): “Encerrado o desastroso ciclo do pior ministro do Meio Ambiente da história. Estrago inestimável. A história já o puniu. A Justiça haverá de fazer sua parte.”
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SAIBA MAIS…https://www.instagram.com/p/CNDAhJyjCBs/?igshid=15ibrunwhlkf0
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