Por Milton Atanazio
A primeira visita ministerial da ministra Colonna ao Brasil desde 2019 marca a restauração e revitalização da parceria estratégica Brasil-França lançada em 2006 pelos presidentes Lula e Jacques Chirac.
Com quase 200 anos de história, Brasil e França compartilham importantes laços políticos, econômicos e culturais.
Com a visita da Ministra Catherine Colonna, viramos a página dos últimos anos, restaurando nosso relacionamento ao alto nível que ambas as sociedades esperavam e desejavam.
A Ministra Colonna foi recebida hoje à tarde pelo Presidente Lula, que reiterou, já em mais de uma ocasião, os agradecimentos pelo apoio da França à institucionalidade democrática no Brasil. O Presidente Lula já reiterou e mais uma vez apresentará o convite para que o Presidente Macron participe da Cúpula dos Países Amazônicos e, posteriormente, realize uma visita bilateral a Brasília.
Segundo o Chanceler Vieira, “esta manhã tivemos no Itamaraty uma discussão muito produtiva sobre os principais temas de nossa agenda bilateral, bem como nossa cooperação em fóruns multilaterais e grandes questões internacionais da atualidade”, afirmou.
“Da nossa pauta bilateral, ressaltamos o bom andamento dos nossos projetos de cooperação em defesa, em particular o Programa de Desenvolvimento e Nacionalização de Helicópteros e o Programa de Desenvolvimento de Submarinos – um dos nossos principais projetos estratégicos. Conversamos, também, sobre a redinamização de nossa cooperação bilateral em áreas como ciência, tecnologia e inovação e cultural.
Nossos países são parceiros tradicionais e devem trabalhar de forma coordenada na agenda de meio-ambiente, mudança do clima e transição energética. Ressaltei a intenção do Brasil de retomar seu tradicional protagonismo nas discussões internacionais sobre meio-ambiente.
Tratamos de questões relativas ao regime de mudança do clima, que tem o Acordo de Paris como um de seus principais instrumentos. Destaquei, também, em particular, a necessidade de financiamento climático adequado aos países em desenvolvimento.
A respeito do combate ao desmatamento na Amazônia, reforcei o compromisso do Brasil em zerar o desmatamento ilegal até 2030.
Durante nosso encontro, expusemos também nossas visões sobre o aprofundamento da cooperação transfronteiriça. Brasil e França compartilham 730km de fronteira comum – a maior fronteira terrestre da França, ao longo da linha Amapá/Guiana Francesa. Comprometemo-nos a reforçar a cooperação transfronteiriça, de modo a que nossa fronteira comum seja uma zona segura, pacífica e ambientalmente sustentável
Concordamos em que o primeiro passo nesse sentido deverá ser a realização, tão logo possível, de novas reuniões do Conselho do Rio Oiapoque e da Comissão Mista Transfronteiriça, instâncias de coordenação bilateral organizadas em conjunto com as autoridades amapaenses e franco-guianenses.
Reforcei junto à ministra Colonna a posição do Brasil sobre o conflito na Ucrânia, pautada nos princípios constitucionais e no direito internacional. Não será com armas que resolveremos o conflito, mas com diálogo e busca de soluções aceitáveis para ambos os lados. Reafirmei que o Brasil está pronto a dar uma contribuição neste esforço. Também trocamos impressões sobre a situação da nossa região e da cooperação sobre o Conselho de Segurança da ONU.
Por fim, trocamos impressões sobre o acordo entre o MERCOSUL e a União Europeia e tivemos uma excelente troca de opiniões sobre como podemos reforçar ainda mais nossa corrente de comércio e de investimentos.
A França é um dos principais investidores diretos no Brasil e observamos amplo espaço para aprofundarmos investimentos e parcerias industriais, inclusive em setores sustentáveis.
A visita da minha colega, a Ministra Catherine Colonna, hoje, é uma perfeita ilustração da reabertura do Brasil ao mundo e também do interesse do mundo em voltar a contar com o Brasil desde o início do novo mandato do Presidente Lula. A intensa atividade diplomática que temos conduzido pretende demostrar que o Brasil está de volta aos tabuleiros globais, de onde nunca deveria ter saído. A França é um parceiro incontornável, indispensável e preferencial nesse processo.”, finaliza.
Com informações do Ministério das Relações Exteriores e Brasilia in Foco
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