7 de setembro, segunda-feira – DESTAQUES DO DIA

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Independência: conheça histórias de antes e depois do grito

Historiadores reveem reviravoltas que rodeiam o 7 de Setembro

O Brasil no século 19 poderia ser roteiro de uma série de época com ingredientes típicos de ficção. Cenas de aventura nos mares e na terra, ameaças de invasão e violência, medo, fuga, tiros, pedras, disputas pelo poder, relações de família, personagens controversos, cenas à beira do rio, homens em cavalaria, enlaces entre povos, novos ajustes e um grito de vida ou morte para chamar outras temporadas.

Antes e Depois do 7 de setembro
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O enredo só parece de ficção. Pesquisadores da história do Brasil e de Portugal constroem diferentes olhares ao contexto da Independência do Brasil, que instiga o público há praticamente dois séculos.

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O quadro de Pedro Américo (em destaque) é uma metáfora sobre o dia do Grito do Ipiranga. A pintura, feita em 1888, chama-se Independência ou Morte e está exposta no Museu do Ipiranga  (SP).

Desde o ensino fundamental, aprende-se que essa “série” não está relacionada unicamente à celebração do 7 de Setembro, motivo de feriado nacional. Para entender esse marco histórico, garantem os especialistas, é preciso rever causas, eventos antecedentes e efeitos. Enfim, “maratonar” os eventos que precedem e sucedem a alegoria do grito do Ipiranga, registrada pelo pintor Pedro Américo décadas depois de 1820. 

São tantas reviravoltas que renderiam episódios agitadíssimos e à moda antiga: sem telefonemas ou mensagens instantâneas para organizar os atos entre pessoas que estão distantes. As ordens e os documentos do Brasil Colônia atravessam os caminhos entre metrópole e colônia por cartas depois de meses de navio pelo Oceano Atlântico e ao sabor do vento já que o barco vapor ainda era um experimento incapaz de enfrentar os mares. 

O tempo é um tempero a mais nesta história: a distância entre os países criava ruídos e diminuía o peso de decisões, decretos feitos entre as cortes no Brasil e Portugal. Todos falavam português, mas a demora com que as informações atravessavam os mares, em geral, de dois a três meses, retirava as informações de contexto. No vídeo a seguir, historiadores comentam as peculiaridades nas comunicações da época: 

O pertencimento à Independência

Para os especialistas entrevistados, os episódios desta série da vida real estão todos associados uns aos outros, enlaçados em seus significados. Inclusive, aos sentimentos de brasilidade do público. “Quando pensamos ter a necessidade de tratar do que aconteceu com o Brasil há 200 anos, é porque encontramos algum laço entre o presente e o passado. Esse vínculo se estabelece como forma de comemorar e de lembrar. A razão para contar essa história é para criar vínculos de pertencimento”, afirma o historiador Deusdedith Rocha Junior.

Os referenciais desse “pertencimento”, conforme explica Deusdedith, devem levar em conta que o que vai ser lembrado nesse roteiro é fruto de uma “disputa”. O conflito permanente está na raiz de todo o processo. A disputa entre os poderosos da época tem diferentes marcos, como a fuga da família real portuguesa nos dias finais de novembro de 1807 para a colônia Brasil, aonde chegaria somente em 22 de janeiro de 1808. Dom João VI, o príncipe regente português, não viu outra saída, depois que o país foi ameaçado de invasão pelas tropas do imperador francês Napoleão Bonaparte, já que Portugal não havia aderido ao bloqueio continental contra a Inglaterra.

Dom João resolveu apostar em uma aventura e embarcou a família inteira, incluindo a mãe, Maria, a esposa, Carlota Joaquina, os filhos, Pedro e Miguel, e outros integrantes da corte em navios e rumaram para o país desconhecido. Ao saber que os poderosos fugiam, a população teria atacado os navios reais inclusive com pedras. Para os pesquisadores, os caminhos da independência brasileira começam a tomar forma nesse episódio inusitado.

INTERNACIONAL – Índia ultrapassa o Brasil e se torna o segundo país com mais casos de coronavírus

Mais de 4,2 milhões de pessoas foram infectadas pela doença no país. No domingo (6), Índia teve maior número de casos confirmados em um dia em todo o mundo.


Profissionais da saúde cuidam de pacientes com Covid-19 em hospital de Nova Delhi, na Índia, em 5 de setembro — Foto: Danish Siddiqui/Reuters
Profissionais da saúde cuidam de pacientes com Covid-19 em hospital de Nova Delhi, na Índia, em 5 de setembro — Foto: Danish Siddiqui/Reuters

Índia ultrapassou o Brasil e se tornou nesta segunda-feira (7) o segundo país do mundo com mais casos de Covid-19, de acordo com dados do Ministério da Saúde indiano.

O país chegou a 4,2 milhões de infecções pelo novo coronavírus, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que têm mais de 6,4 milhões de casos confirmados.

O Brasil tem 4,13 milhões de infectados, mas é um dos países que menos testam no mundo, o que contribui para que o número de casos notificados seja menor do que os que existem de fato. Além disso, a população da Índia é cerca de 6 vezes maior que a do Brasil: são 1,3 bilhão de habitantes, contra 210 milhões no Brasil.

No domingo (6), a Índia bateu o recorde diário global de novos casos de Covid-19, com mais de 90 mil notificações de infecções pelo coronavírus. No mesmo dia, o Brasil teve 16,4 mil casos confirmados.

Assim como o Brasil, a Índia também tem tido problemas com testagem. Estados diferentes usam testes diferentes para diagnosticar a Covid-19, segundo uma reportagem publicada na revista científica “The Lancet” no sábado (5).

“Comparar as taxas de testes positivos entre diferentes estados tornou-se extremamente difícil”, afirmou à revista Rijo John, analista de políticas de saúde pública e membro sênior do Centro de Pesquisa de Políticas Públicas em Kerala, estado na costa indiana com o Mar Árabico.

“Mais e mais estados estão adotando testes de detecção rápida de antígeno, que são conhecidos por terem uma alta porcentagem de falsos negativos, e não utilizam os testes RT-PCR, padrão ouro, em sua capacidade total”, disse John.

Nem todos os estados fornecem dados sobre quantos de cada tipo de teste estão sendo usados, segundo a “The Lancet”.

Mortes e subnotificação

Voluntários cavam cova para vítima da Covid-19 em um cemitério em Pune, na Índia, nesta segunda-feira (7). — Foto: Indranil Mukherjee / AFP
Voluntários cavam cova para vítima da Covid-19 em um cemitério em Pune, na Índia, nesta segunda-feira (7). — Foto: Indranil Mukherjee / AFP

A Índia tem 71,6 mil mortes pela doença, segundo monitoramento da universidade americana Johns Hopkins. É o terceiro maior número do mundo, atrás de Estados Unidos (188,9 mil mortes) e Brasil (126,6 mil).

Mas especialistas alertam que o país asiático também tem subnotificação de mortes.

O epidemiologista Giridhara R. Babu, da Fundação de Saúde Pública da Índia, disse em entrevista à revista científica “The Lancet”, no sábado (5), que nas áreas rurais do país, onde vive a maior parte da população indiana, a maioria das mortes ocorre fora dos hospitais, o que pode atrasar a notificação.

“Dentre as mortes registradas pelo sistema de registro civil, apenas 22% são certificadas nacionalmente pelo médico com a causa da morte”, afirmou Babu.

O epidemiologista também destacou as deficiências em uma vigilância mais ampla.

“[O] Sistema Integrado de Vigilância de Doenças está coletando dados sobre mortes devido à Covid-19 em laboratórios e hospitais, mas perde as mortes daqueles que não foram testados”, completou Babu. “A verificação dos dados e o exame detalhado dos números de óbitos precisam ser feitos em vários hospitais e escritórios de campo”, disse.

Ele também enfatizou a necessidade de dados sobre mortalidade por todas as causas para compreender os efeitos da epidemia. “Os pacientes morrem devido a condições subjacentes e indisponibilidade de cuidados intensivos”, completou.

Um ponto que ainda não está claro sobre a contagem indiana é se as mortes suspeitas ou prováveis por Covid-19 estão sendo incluídas. A diretriz do Conselho Indiano de Pesquisas Médicas é que esse tipo de óbito seja incluído nas notificações, mas ela funciona apenas como orientação para os estados, sem ser obrigatória.

A pressão pública e da imprensa levou à recontagem do número de mortes em alguns estados indianos.

“Tamil Nadu [onde fica Chennai] acrescentou mais de 400 mortes pendentes. Maharashtra [onde fica Mumbai] também. Bengala Ocidental [onde fica Calcutá] costumava excluir todas as mortes com comorbidades das mortes de Covid-19, mas eles pararam com essas práticas”, afirmou Rijo John, do Centro de Pesquisa de Políticas Públicas em Kerala, à “The Lancet”.

Segunda onda

Índia ultrapassa a marca de 4 milhões de casos de Covid-19
Índia ultrapassa a marca de 4 milhões de casos de Covid-19
https://globoplay.globo.com/v/8833858/

A Índia conseguiu conter, em um primeiro momento, a expansão do novo coronavírus com um rígido confinamento, que durou 70 dias. Desde julho, cerca de um mês depois do início da reabertura, o país vem registrando uma aceleração no número de casos de Covid-19. Em 17 de julho, o país ultrapassou a marca de 1 milhão de infecções.

Especialistas dizem que a pandemia vive uma segunda onda em algumas partes do país, que é o segundo mais populoso do mundo, com 1,3 bilhão de habitantes. O número de casos aumentou, porque mais exames estão sendo feitos e houve uma liberação parcial das locomoções da população.

Na capital, Nova Délhi, os serviços de metrô serão parcialmente retomados a partir desta segunda-feira.

O vírus se espalhou de grandes cidades para outras partes do país, disse Randeep Guleria, diretor do Instituto de Ciências Médicas da Índia em Nova Déli, em entrevista ao India Today TV. O número de casos pode continuar a aumentar antes que a curva se estabilize, disse.

CONGRESSO: Líderes buscam acordo para derrubar veto à desoneração da folha de pagamento de empresas

Bolsonaro vetou prorrogação da redução de tributos para empresas de 17 setores que empregam mais de 6 milhões de pessoas. Reunião nesta terça discutirá forma de derrubar veto.


Líderes partidários vão tentar nesta semana chegar a um acordo com representantes do governo no Congresso Nacional para a derrubada do veto do presidente Jair Bolsonaro à prorrogação da desoneração – redução de tributos sobre a folha de pagamentos das empresas de setores que empregam mais de 6 milhões de pessoas.

A legislação em vigor estabelece que a desoneração da folha de pagamentos de empresas de 17 segmentos da economia vai até o fim deste ano. Entre esses setores, estão os de call center, tecnologia da informação, transporte, construção civil, têxtil e comunicação.

Parlamentares favoráveis à derrubada do veto avaliam que voltar a onerar as empresas no contexto da pandemia de coronavírus seria um estímulo a demissões, dificultando a retomada da economia e a geração de empregos.

Em junho, o Congresso incluiu na medida provisória sobre redução de jornada de trabalho e salário em razão da pandemia um dispositivo com o objetivo de prorrogar a desoneração para esses segmentos até o fim de 2021.

Ao sancionar essa MP, em 6 de julho, o presidente Jair Bolsonaro vetou a prorrogação do incentivo fiscal aos 17 setores. O veto foi uma sugestão do ministro da Economia, Paulo Guedes. Ao Legislativo, o governo afirmou que a prorrogação da desoneração gerará renúncia de receita sem cancelamento equivalente de despesa.

Quando o presidente da República barra uma medida aprovada pelo Congresso, os parlamentares podem rejeitar o veto e resgatar o que haviam aprovado anteriormente.

A MP com a prorrogação da desoneração foi aprovada pela unanimidade dos senadores presentes na sessão do dia 16 de junho. Na Câmara, em maio, o texto também recebeu amplo apoio dos partidos.

Neste domingo (6), completou-se um mês que o veto à prorrogação da desoneração está trancando a pauta do Congresso Nacional. Ou seja, enquanto não é analisado, outros projetos não podem ser votados.

Outros vetos, mais antigos que o da desoneração, também trancam a pauta do Congresso. Entre esses há, por exemplo, vetos de Bolsonaro ao pacote anticrime, aprovado pelo Congresso após sugestões do ex-ministro da Justiça Sergio Moro e do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Vídeo – Demora para analisar veto de desoneração de folha de pagamento preocupa setores https://globoplay.globo.com/v/8771783/

Sem desfile devido à pandemia, evento do 7 de Setembro reúne Bolsonaro e ministros no Alvorada

Ministério da Defesa orientou militares a não participarem de eventos do Dia da Independência a fim de evitar aglomeração. Cerimônia terá apresentação da Esquadrilha da Fumaça.


Pessoas aguardam na grade do Palácio do Alvorada para assistir ao evento de Sete de Setembro com a presença do presidente Jair Bolsonaro e ministros — Foto: Pedro Henrique Gomes
Pessoas aguardam na grade do Palácio do Alvorada para assistir ao evento de Sete de Setembro com a presença do presidente Jair Bolsonaro e ministros — Foto: Pedro Henrique Gomes

Com o cancelamento do desfile cívico-militar de 7 de Setembro em razão da pandemia do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro participa na manhã desta segunda-feira (7) de uma solenidade no Palácio da Alvorada para comemorar o 198º aniversário da independência do Brasil.

A cerimônia, com a presença de ministros do governo, terá execução do Hino Nacional, hasteamento da bandeira, execução do Hino da Independência e apresentação da Esquadrilha da Fumaça. Até 800 pessoas terão autorização para assistir à cerimônia, informou a Secretaria de Comunicação.

Há um mês, o Ministério da Defesa orientou as Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) a não participarem neste ano de eventos de 7 de setembro. Com isso, os tradicionais desfiles realizados na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e em outras cidades não acontecerão neste ano.

Segundo o ministério, por causa da pandemia do coronavírus, “não é recomendável pelas autoridades sanitárias a promoção de eventos que possam gerar aglomerações de público, devido ao risco de contaminação”.

Antes do início da cerimônia, usando máscara, a primeira-dama Michelle Bolsonaro se aproximou da grade para fazer fotos e distribuir cumprimentos, o que gerou aglomeração. Ela deu as mãos e pegou celulares de participantes para fazer fotos.

Além de ministros, compareceram à cerimônia os presidentes do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.

À noite, está programado um pronunciamento de aproximadamente quatro minutos do presidente Jair Bolsonaro em rede nacional de rádio e televisão.

À noite, está programado um pronunciamento de aproximadamente quatro minutos do presidente Jair Bolsonaro em rede nacional de rádio e televisão.

Brasil tem 126.686 mortes por coronavírus; apenas Amazonas tem alta na média móvel de óbitos

São 4.137.606 infectados pelo novo coronavírus, aponta o balanço do consórcio de veículos de imprensa.


Amazonas é o único estado com alta na média móvel de mortes
Amazonas é o único estado com alta na média móvel de mortes
https://globoplay.globo.com/v/8835514/

O Brasil chegou neste domingo (6) a 126.686 mortes e 4.137.606 casos confirmados de coronavírus, aponta o consórcio de veículos de imprensa, em boletim concluído às 20h. A média móvel de mortes registrou queda de 15%, o que, pelos critérios do consórcio, coloca a situação como em estabilidade.

No sábado (5), a média móvel de mortes caiu 17%, a primeira vez desde 5 de junho em que foi superado o índice de 15%. Pelos critérios do consórcio, variações de até 15%, para mais ou para menos, são considerados estabilidade. Entenda os critérios.

O país registrou 456 mortes pela Covid-19 confirmadas nas últimas 24 horas, chegando ao total de 126.686 óbitos. Com isso, a média móvel de novas mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 827 óbitos, uma variação de -15% em relação aos dados registrados em 14 dias.

Em casos confirmados, já são 4.137.606 brasileiros com o novo coronavírus desde o começo da pandemia, 16.403 desses confirmados neste domingo. A média móvel de casos foi de 39.356 por dia, uma variação de +4% em relação aos casos registrados em 14 dias.

No total, apenas o Amazonas apresentou alta de mortes. Em relação a sábado (5), ES, MG, DF, TO e CE estão em situação de estabilidade. Os três primeiros estavam antes em queda; TO e CE estavam subindo no boletim de sábado.

Brasil, 6 de setembro

  • Total de mortes: 126.686
  • Registro de mortes em 24 horas: 456
  • Média de novas mortes nos últimos 7 dias: 827 por dia (variação em 14 dias: -15%)
  • Total de casos confirmados: 4.137.606
  • Registro de casos confirmados em 24 horas: 16.403
  • Média de novos casos nos últimos 7 dias: 39.356 por dia (variação em 14 dias: +4%)

(Antes do balanço das 20h, o consórcio divulgou dois boletins parciais, às 8h, com 126.237 mortes e 4.121.581 casos; e às 13h, com 126.266 mortes e 4.121.819 casos confirmados.)

Estados

  • Subindo (1 estado): AM
  • Em estabilidade, ou seja, o número de mortes não caiu nem subiu significativamente (14 estados): PR, RS, ES, MG, SP, DF, GO, MS, MT, PA, RO, RR, TO e CE.
  • Em queda (12 estados): SC, RJ, AC, AP, AL, BA, MA, PB, PE, PI, RN e SE.

Essa comparação leva em conta a média de mortes nos últimos 7 dias até a publicação deste balanço em relação à média registrada duas semanas atrás (entenda os critérios usados pelo G1 para analisar as tendências da pandemia).

Agencias Câmara, Senado, Brasil, G1 , Poder 360. e internacionais Sputinik Brasil e BBC Brasil

CAPACITAÇÃO – Ainda dá tempo…

www.abracambrasil.org.br

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