CAPA
Festival vai celebrar reabertura do Museu do Ipiranga
Programação cultural vai do dia 7 a 11 de setembro
Fechado desde 2013 para restauro, o Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga, vai reabrir ao público no próximo dia 8 de setembro como parte das celebrações dos 200 anos da Independência do Brasil.
Para celebrar a reabertura, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo e a prefeitura paulistana vão apresentar uma programação cultural especial, entre os dias 7 e 11 de setembro. As atrações incluem música, dança, teatro e circo e terão transmissão pela plataforma de streaming e vídeo por demanda #Culturaemcasa.
Entre os destaques está um show dos cantores Almir Sater e seu filho, Gabriel Sater, que recentemente participaram da novela Pantanal.
Os festejos se iniciam hoje (4) com uma projeção na fachada do Museu do Ipiranga, que será acompanhada por trilha sonora de André Abujamra. A projeção será dividida em oito atos de um minuto de duração cada. Cada minuto vai contar uma parte da história cultural e artística dos últimos dois séculos. Entre eles, episódios relacionados à arte indígena, à presença dos negros no país e à Semana de Arte Moderna. Essa projeção será realizada entre os dias 4 e 11 de setembro, das 18h30 às 22h. Já no dia 7 de setembro, a projeção será feita entre as 21h e 22h.
O museu
Com 11 novas exposições, o Museu do Ipiranga será reaberto exclusivamente para autoridades no dia 6 de setembro, entre as 18h30 e 21h30. No dia seguinte, feriado de 7 de setembro, o museu vai abrir apenas para escolas e para os trabalhadores que ajudaram nas obras do restauro e seus familiares. Já o público poderá visitá-lo a partir do dia 8 de setembro.
7 de setembro
No feriado de 7 de setembro, haverá uma programação especial que terá início com o tradicional desfile de 7 de setembro que, neste ano, será realizado na Avenida D. Pedro I. O desfile tem início às 9h e contará com a participação da Esquadrilha da Fumaça.
Além do desfile, uma encenação sobre o Grito da Independência será realizada a partir das 15h, com a participação do ator Caco Ciocler como D. Pedro I.
À noite, haverá um espetáculo de música, dança e artes visuais. Um dos destaques é a apresentação de um espetáculo com 200 drones, que está marcada para as 21h.
Programação musical
Entre os dias 8 de setembro e 11 de setembro, o festival promove também shows musicais, em parceria com a prefeitura paulistana. Na noite do dia 8, haverá apresentação da SP Companhia de Dança, SP Big Band e da Orquestra Jazz Sinfônica, a partir das 18h. Já no dia 9 de setembro, a partir das 19h, se apresentam Almir e Gabriel Sater. No dia 10 de setembro, a Orquestra Funmilayo se apresenta com Xênia França e Luedji Luna. E, no dia 11 de setembro será a vez de Geraldo Azevedo.
Toda a programação do festival pode ser consultada no Agenda Bonifácio, uma plataforma online dedicada ao bicentenário da Independência do Brasil que foi criada pelo governo paulista.
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Diálogo no Escuro convida público a vivenciar o mundo sem enxergar
Exposição já passou por 40 países e 170 cidades
Imagine uma cidade em total escuridão onde nada pudesse ser visto e nenhuma luz entrasse. Por 45 minutos, você passaria por bares, pontes, parques e cruzamentos de carros, mas eles só seriam percebidos por meio de sons, cheiros ou toques. Assim é a sensação proposta pela nova exposição em cartaz no Unibes Cultural, que fica ao lado do Metrô Sumaré, em São Paulo, chamada de Diálogo no Escuro.
A mostra, criada na Alemanha, já esteve em cartaz por mais de 40 países, entre eles, o Brasil. Ela já passou por São Paulo e volta para mais uma temporada. “Essa é uma exposição que foi montada na Alemanha em 1989”, disse Andrea Calina, curadora da promoção no Brasil. “Ela já passou por 170 cidades e 47 países e está fixa hoje em 29 localidades. Ela já foi vista por dez milhões de pessoas”, afirmou ela, em entrevista à Agência Brasil.
São quatro ambientes que reproduzem uma cidade atual. E a ideia é que qualquer pessoa possa vivenciar o mundo de uma forma diferente: sem o sentido da visão, mas praticando a empatia. “Muitas das mensagens da mostra – além da inclusão e da diversidade e de se discutir os preconceitos entre nós e eles, com quem eu me pareço ou quem é igual a mim – trazem também reflexões sobre o pós pandemia, como é a escuta ativa, a comunicação humana, a solidariedade, a cooperação, a compaixão”, explicou Andrea.
Ao entrar na sala expositiva, a pessoa recebe uma bengala em que uma de mãos ficará sempre apoiada. Com a ajuda de um guia, o visitante irá explorar os ambientes com a outra mão e se reconhecer como parte de um novo mundo.
Cego aos 13 anos
Ao final, o divertido guia da exposição, Sonny Pólito, termina a experiência promovendo um bate-papo com o visitante. É então que ele finalmente conta sua história: ele ficou cego aos 13 anos de idade.
“Comecei a perder minha visão com dez anos de idade. Com 12 ou 13 anos deixei de enxergar os livros e as revistas. Mas consegui terminar os meus estudos. Hoje, sou formado, terminei a faculdade e passei por várias empresas”, revelou ele.
Pólito é um dos fundadores da startup [empresa emergente] Inclue. E, na exposição, ele é o guia que conduz uma pessoa com visão a se locomover por uma cidade onde nada é visto. “Fui treinado para poder fazer com que a experiência seja a melhor possível. E, se possível, inesquecível”, contou.
“As pessoas entram aqui com muito medo porque é escuro. É uma barreira. Mas, no fim, nosso objetivo é fazer com que elas possam andar e entender como é viver sem o sentido da visão. É se aproximar um pouquinho da escuridão e entender como essas pessoas vivem sem enxergar. Elas vão passar por vários ambientes que são do cotidiano, do dia a dia. E elas vão entender como é tocar, ouvir e usar os outros sentidos. É uma troca: lá fora as pessoas me guiam. Aqui dentro, eu posso guiar as pessoas para que elas possam passar por essa experiência”, acrescentou o guia.
A reportagem da Agência Brasil participou dessa experiência junto com um grupo de estudantes e pôde sentir, por exemplo, a dificuldade que é deslocar o seu pé de uma calçada mais alta para a rua. E, depois, ter que atravessar essa rua rapidamente, antes que o semáforo [sinal luminoso] volte a fechar para o pedestre. Lembrando que, na exposição, o semáforo é adaptado, emitindo som para auxiliar o pedestre sobre o momento em que ele pode atravessar a rua. Mas, no dia a dia, poucos desses semáforos realmente existem ou funcionam.
Experiência
O estudante e funcionário de uma rede de varejo Fernando Freire de Oliveira, 18 anos, participou desse grupo onde esteve a reportagem. “É uma experiência bem diferente. É difícil eu me orientar sem ter a minha visão, que é algo que eu mais presto atenção na minha vida”, contou ele.
“A parte mais difícil foi quando chegamos ao bar e era muito aberto e todo mundo acabou se perdendo. O Sonny teve que buscar a gente em cada canto da sala”, disse ele, sobre a experiência na sala expositiva.
“Não tive medo, mas uma sensação de desorientação, de não saber onde estava, de me sentir perdido. E de ter que precisar da ajuda de outras pessoas para conseguir me mexer. A gente vê aqui a necessidade de olhar mais para essas pessoas que têm deficiência”, explicou Fernando.
O jovem aprendiz Lucas de Lima Oliveira, 19 anos, é deficiente visual total. “Perdi a visão aos seis anos de idade em decorrência de uma trombose e pressão intracraniana. E, de uns três ou quatro anos para cá, estou me adaptando muito bem, totalmente. Depois que eu perdi a visão, automaticamente tive a sensação de que precisaria me adaptar ao novo mundo. E agora estou fazendo tudo diferente”, revelou.
A curadora da Unibes Cultural, Andrea Calina, e o guia do educativo, Sonny Pólito, na exposição Diálogo no Escuro, na Unibes Cultural. – Rovena Rosa/Agência Brasil
Ao lado dos amigos, Lucas também passou pela experiência da exposição. E não teve dificuldades para enfrentar os desafios que eram apresentados pela sala. “Consegui me orientar bem. Foi uma das melhores salas [em que estive]. Me adaptei muito rápido. Aqui, eu consegui me locomover bem, mas acho que, por já ter passado por muitos lugares, sempre tenho uma dimensão de onde estou entrando por conta do barulho, se é um lugar muito grande”, disse.
Ele comparou a experiência na sala expositiva com estar em uma cidade real. “Já começa pelas calçadas: aqui não tem buracos nas calçadas. A gente anda e não tem essas coisas. Quando simularam a gente atravessar a rua, aqui [na exposição] não tinha buraco. Não corremos risco de tropeçar”, opinou.
Destacando que muitas cidades não estão preparadas para incluir as pessoas com deficiência, Lucas citou algumas dificuldades que enfrenta na vida cotidiana. “As ruas não estão adaptadas para a gente. Há buracos. O piso tátil as vezes não está presente em todo lugar”, observou.
Para a curadora da mostra, a exposição ajuda a provocar transformações. “Essa exposição é muito importante porque causa uma mudança na sociedade: uma mudança para quem trabalha porque se quebra preconceitos e barreiras e aumenta a empregabilidade; e uma mudança para quem vem, porque a pessoa se coloca no lugar do outro, exercitando a empatia. É uma mudança para a sociedade, tornando-a mais inclusiva”, finalizou Andrea.
A exposição é gratuita às quintas-feiras. Mais informações podem ser obtidas no sie.
SAIBA MAIS…
Veja a agenda dos candidatos à Presidência nesta segunda-feira (5/9)
Atividades estão previstas em São Paulo e Belo Horizonte
Confira as agendas dos presidenciáveis desta segunda-feira (5):
Ciro Gomes (PDT): às 10h, na agenda está “Encontro com Ciro, Elvis, Aldo e Neto”, em Jabaquara (SP); às 12h, concede entrevista para o Programa Pânico.
Constituinte Eymael (DC): o candidato não divulgou sua agenda.
Felipe D’Ávila (Novo): às 12h30, participa de sabatina organizada pelo grupo O Liberal – Propostas para Amazônia.
Jair Bolsonaro (PL): o candidato não divulgou sua agenda.
Léo Péricles (UP): o candidato não divulgou sua agenda.
Lula (PT): se encontra, às 10h30, em São Paulo, com o presidente da Bolívia, Luis Arce; às 17h, tem reunião com representantes da Frente Nacional de Defesa do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), no Palácio do Trabalhador, no bairro da Liberdade, em São Paulo (SP).
Pablo Marçal (Pros): o candidato não divulgou sua agenda.
Simone Tebet (MDB): às 9h40, visita a cooperativa de reciclagem de materiais (Coopercaps), em Jurubatuba (SP); às 15h, faz caminhada na Praça da Sete, em Belo Horizonte; às 16h30, participa de manifestação em defesa da Serra do Curral, também em Belo Horizonte.
Sofia Manzano (PCB): a candidata não divulgou sua agenda.
Soraya Thronicke (União): o dia da candidata será dedicado a entrevistas. Às 9h, concede entrevista ao vivo para a rádio Trianon (AM 740), de São Paulo; às 10h, à revista IstoÉ; às 12h, ao Portal Jovem Pan; às 14h30 (ao vivo), ao portal Gazeta do Povo, de Curitiba; às 17h15, à rádio Capital (FM 101,9), de Cuiabá; às 19h, para as redes sociais do presidente do União Brasil Florestal, Lucas Ottoni.
Vera Lucia (PSTU): às 15h, Vera grava entrevista para o Portal Mundo Negro; às 17h, viaja para São José dos Campos (SP), cidade onde realizará campanha nesta terça-feira (6).
Ministro do STF suspende aplicação do piso nacional da enfermagem
Entes públicos e privados tem 60 dias para informar impacto financeiro
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso suspendeu neste domingo (4) o piso salarial nacional da enfermagem e deu prazo de 60 dias para entes públicos e privados da área da saúde esclarecerem o impacto financeiro do piso salarial, os riscos para empregabilidade no setor e eventual redução na qualidade dos serviços. A informação foi divulgada pela assessoria do STF.
A decisão cautelar do ministro foi concedida no âmbito da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7222 e será levada a referendo no plenário virtual do STF nos próximos dias. Ao final do prazo e mediante as informações, o caso será reavaliado por Barroso. A ação foi apresentada pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde), que questionou a constitucionalidade da Lei 14.434/2022, que estabeleceu os novos pisos salariais.
Entre outros pontos, a CNSaúde alegou que a lei seria inconstitucional porque a regra que define remuneração de servidores é de iniciativa privativa do chefe do Executivo, o que não ocorreu, e que a norma desrespeitou a auto-organização financeira, administrativa e orçamentária dos entes subnacionais
Sancionada há exatamente um mês pelo presidente Jair Bolsonaro, a lei institui o piso salarial nacional para enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras. No caso dos primeiros, o piso previsto é de R$ 4.750. Para técnicos, o valor corresponde a 70% do piso, enquanto auxiliares e parteiras terão direito a 50%.
O piso nacional vale para contratados sob o regime da CLT e para servidores das três esferas (União, estados e municípios), inclusive autarquias e fundações. O texto foi aprovado pelo Congresso Nacional em julho, atendendo uma reivindicação histórica da categoria, que representa cerca de 2,6 milhões de trabalhadores.
Impactos
Na liminar concedida neste domingo, Barroso ressaltou a importância da valorização dos profissionais de enfermagem, mas destacou que “é preciso atentar, neste momento, aos eventuais impactos negativos da adoção dos pisos salariais impugnados”.
“Trata-se de ponto que merece esclarecimento antes que se possa cogitar da aplicação da lei”, acrescentou. Ainda segundo o magistrado, houve desequilíbrio na divisão dos custos do reajuste salarial, já que repasses de recursos públicos para procedimentos de saúde seguem com taxas desatualizadas.
“No fundo, afigura-se plausível o argumento de que o Legislativo aprovou o projeto e o Executivo o sancionou sem cuidarem das providências que viabilizariam a sua execução, como, por exemplo, o aumento da tabela de reembolso do SUS à rede conveniada. Nessa hipótese, teriam querido ter o bônus da benesse sem o ônus do aumento das próprias despesas, terceirizando a conta.”
Serão intimados a prestar informações no prazo de 60 dias sobre o impacto financeiro da norma os 26 estados e o Distrito Federal, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e o Ministério da Economia.
Já o Ministério do Trabalho e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS) terão que informar detalhadamente sobre os riscos de demissões. Por fim, o Ministério da Saúde, conselhos da área da saúde e a Federação Brasileira de Hospitais (FBH) precisarão esclarecer sobre o alegado risco de fechamento de leitos e redução nos quadros de enfermeiros e técnicos.
Repercussão
Pelo Twitter, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, manifestou desacordo com a decisão do ministro Barroso. “Respeito as decisões judiciais, mas não concordo com o mérito em relação ao piso salarial dos enfermeiros. São profissionais que têm direito ao piso e podem contar comigo para continuarmos na luta pela manutenção do que foi decidido em plenário.”
O relator do projeto de lei no Senado, senador Fabiano Contarato, também usou as redes sociais para criticar a decisão cautelar. “Os médicos têm piso salarial quatro vezes maior, e o Judiciário jamais vetou esta medida. Os enfermeiros conquistaram a duras penas esse direito por decisão do Poder Legislativo e do Poder Executivo, em ampla e democrática mobilização.”
A Agência Brasil entrou em contato com o Ministério da Economia e aguarda posicionamento.
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